SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A tentativa de assassinato da vice-presidente argentina nesta quinta (1º) colocou em evidência o que o jornal La Nación chamou de "graves falhas da Polícia Federal", o que teria permitido que o agressor ficasse a poucos centímetros de Cristina Kirchner.

Embora o número de seguranças de Cristina fosse maior nos últimos dias, não havia um cordão de contenção que impusesse uma distância entre o público e a vice-presidente, medida que teria deixado o atirador mais longe de seu alvo. Segundo o La Nación, a operação de segurança de um presidente ou chefe de Estado consiste em anéis ou perímetros vigiados por seguranças.

Os policiais federais que faziam a segurança de Cristina estavam à paisana e, "ao invés de monitorar o ambiente para procurar qualquer possível ameaça, se dedicaram a olhar para a vice-presidente, em atitude passiva e apenas para conter os manifestantes. Nenhum dos guardiões levou a ameaça em consideração", escreveu o repórter Gustavo Carabajal.

Além disso, como é possível ver no vídeo do atendado que circulou nas redes sociais, os policiais não protegeram a vice nos momentos após o atentado nem montaram um corredor de fuga que a permitisse sair dali, desconsiderando assim a possibilidade de um segundo atirador.

A Justiça classificou o atentado, cometido pelo brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, como tentativa de homicídio, e afirmou que ele está em condições de depor, o que pode acontecer ainda nesta sexta (2).

Em sua casa foram encontradas 100 balas em duas caixas de 50 projéteis, além de sua identidade e documentos de sua namorada -a polícia chegou ao local, na cidade-satélite de Buenos Aires San Martín, após a dica de uma pessoa que foi à delegacia de madrugada.


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