SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Moradores de Albuquerque, no Novo México, se reuniram em frente ao escritório local de imigração na última quinta-feira (1°) para prestar homenagem a Kesley Vial. Durante o ato, acenderam velas e leram testemunhos.
O brasileiro de 23 anos tentou entrar de forma irregular nos Estados Unidos e estava sob custódia das autoridades do estado quando morreu, na quarta-feira (24), de acordo com um boletim divulgado pela agência americana de imigração (ICE, na sigla em inglês).
Pessoas próximas a Vial falaram na vigília. Wesley, que conheceu o brasileiro enquanto ele estava detido, leu uma carta afirmando que "seu tempo na prisão foi muito difícil. E tudo o que ele pediu foi que voltasse ao seu país, o Brasil. Mas eles recusaram".
"Após falhar na entrevista com o ICE, Vial voltou chorando e desejando poder voltar ao Brasil. Ele estava perto de voltar para o Brasil e estava embarcando no avião, e os agentes do ICE o levaram de volta [à prisão]. Então ele começou a ficar ansioso e acabou tirando sua vida."
Kesley Vial foi capturado em abril por agentes da Patrulha de Fronteira dos EUA na cidade de El Paso, no Texas. Ele foi transferido para a custódia do ICE no mesmo mês e, depois, para o centro de detenção do Condado de Torrance, no Novo México.
Lá, aguardava decisão judicial para saber se poderia permanecer em território americano ou se seria deportado. Ele havia pedido asilo no país.
Segundo o ICE, Vial foi encontrado inconsciente no dia 17 de agosto nas instalações do centro de detenção. A agência informou que a equipe médica do local foi acionada e que o brasileiro então foi transferido para o Hospital da Universidade do Novo México, onde acabou morrendo uma semana depois.
Os últimos meses registraram aumento na captura de imigrantes brasileiros em situação irregular nos EUA. Os dados de maio apontam por exemplo, que em média 165 pessoas do Brasil foram barradas ao tentar entrar nos EUA via México, reforçando uma tendência em alta desde o início do ano.
Desde 2020, ao menos oito brasileiros morreram ao tentar fazer a travessia. Há também relatos de sequestros, estupros, extorsões e abandono no percurso.
A agência de imigração americana afirmou que as fatalidades envolvendo pessoas que estão sob sua custódia são extremamente raras. "O ICE está firmemente comprometido com a saúde e o bem-estar de todos aqueles sob sua custódia e realiza revisão abrangente deste incidente [com Kesley Vial]".
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