SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A possível ida do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, a Londres, para participar do funeral da rainha Elizabeth 2ª, tem sido alvo de críticas de dissidentes sauditas e ativistas de direitos humanos.

MbS, como é conhecido, é acusado de ter ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, colaborador do jornal The Washington Post. Ele foi morto e desmembrado em 2018 dentro do consulado saudita em Istambul. O saudita nega envolvimento no caso.

Fontes próximas ao príncipe herdeiro disseram à rede CNN e ao jornal britânico The Guardian que MbS deve viajar a Londres no domingo (18), mas ainda não há confirmação oficial.

Hatice Cengiz, noiva de Khashoggi, disse ao Guardian que a ida mancharia a memória da rainha e representaria o uso do luto para buscar "legitimidade e normalização", apesar das denúncias de violações de direitos humanos.

Outros ativistas criticam o fato de lideranças como MbS e o rei Hamad bin Isa Al Khalifa, do Bahrein, terem sido convidados, mesmo que regimes autoritários como os da Síria e o da Venezuela tenham sido excluídos da lista de convites.

A figura de MbS também já causou ruídos no Brasil. Para possibilitar uma visita do príncipe herdeiro ao país, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é favorável, a Arábia Saudita chegou a pedir que o Itamaraty garanta imunidade absoluta de chefe de Estado a ele, ainda que, na prática, MbS seja ministro da Defesa.


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