SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Até aqui com papel inexpressivo na diplomacia que envolve a Guerra da Ucrânia, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou na sexta-feira (16) que o país apresentará à ONU um plano de paz para o conflito.

A oportunidade seria a Assembleia-Geral, marcada para terça (20), em Nova York. AMLO, como é conhecido, afirmou que o plano envolve a criação de um comitê de mediação, a ser composto pelo papa Francisco, o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o premiê da Índia, Narendra Modi.

Das conversas, o objetivo seria consensuar uma trégua de cinco anos entre Rússia e Ucrânia ?algo que parece inatingível no atual estágio do conflito. E as críticas, por óbvio, não tardaram.

Mikhailo Podoliak, principal assessor da Presidência ucraniana, disse que figuras como López Obrador "usam a guerra como gancho para sua própria visibilidade pública".

Chamando o mexicano de pacificador, em tom irônico, ele questionou ao líder no Twitter: "Seu plano seria manter milhões de pessoas em uma ocupação [russa], aumentar o número de mortes em massa e dar à Rússia tempo para renovar suas reservas até a próxima ofensiva?"

AMLO tem sido crítico à atuação das Nações Unidas e disse que a organização permanece inativa e "presa em um formalismo e ineficácia política que a deixam em um papel meramente ornamental".

Grande parte das ações da ONU no conflito foram frustradas, o que levantou debates sobre o papel da organização. Foi com participação das Nações Unidas, porém, que se forjou o acordo para permitir a retomada das exportações de grãos ucranianos.

López Obrador tem dado uma resposta mista à guerra. Crítico do conflito e da invasão do território ucraniano, ele também é contrário à imposição de sanções econômicas contra Moscou e ao envio de armas para Kiev por parte dos EUA e da Otan, a aliança militar ocidental.


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