GUARULHOS, SP (FOLHAPRESS) - Pela primeira vez na história do país, a Inglaterra transmitiu pela TV nesta sexta (28) o anúncio da sentença de uma ré condenada à prisão perpétua por assassinato. Trata-se de Jemma Mitchell, 38, presa por matar e decapitar Mee Kuen Chong, 67, no ano passado.

A leitura da sentença, feita pelo juiz Richard Marks KC, foi transmitida pelo Tribunal Central Criminal de Londres, conhecido como Old Bailey. O magistrado disse que Mitchell, que se autodenomina como uma curandeira, cometeu um crime com "aspectos arrepiantes".

Mitchell cresceu na Austrália ao lado da mãe, uma funcionária do Ministério das Relações Exteriores britânico. Ela matou Chong na casa da vítima e, duas semanas depois, deixou o corpo decapitado e em decomposição em uma floresta na cidade de Salcombe, a 320 quilômetros do local do crime.

O juiz Marks sentenciou Mitchell à prisão perpétua com ao menos 34 anos na cadeia -a lei local dita que magistrados precisam especificar, nestes casos, o período mínimo que o condenado deverá ficar preso até que tenha o direito de recorrer pena perpétua.

Segundo os argumentos da promotoria, Mitchell se tornou amiga da vítima, que era viúva e frequentava assiduamente a igreja. Ela teria a matado e também forjado um testamento para tentar herdar a maior parte das posses de Chong --700 mil libras (R$ 4,3 milhões).

"Você não mostrou absolutamente nenhum remorso; o tamanho de seu crime é profundamente chocante, ainda mais dada sua aparente devoção religiosa e o fato de Chong ser uma boa amiga", disse o juiz ao anunciar a pena, segundo relato da rede BBC e do jornal The Guardian.

O corpo de Chong foi encontrado em uma floresta em Salcombe por um turista, e sua cabeça foi descoberta perto dali dias depois. A autópsia não conseguiu determinar a causa da morte devido ao nível de decomposição do corpo, mas determinou que houve fratura no crânio.

Chong também tinha costelas quebradas, provavelmente devido à forma como Mitchell colocou seu corpo em uma mala de viagem para transportá-lo. Mitchell, porém, nega ser culpada do crime.

A família de Chong acompanhou o anúncio de sentença virtualmente, da Malásia. Sua irmã, Amy, falou durante a audiência, quando disse que não tem conseguido dormir ao pensar na morte "horrível e trágica".

"Ainda não entendemos como ela morreu; ela sofreu? Esse mistério vai me assombrar para sempre", disse Amy, de acordo com a mídia local.


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