SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Venezuela libertou neste sábado (1º) sete norte-americanos presos, incluindo cinco executivos do petróleo, em troca da libertação de dois parentes do ditador venezuelano Nicolás Maduro, informaram autoridades norte-americanas.
A troca inclui executivos da Citgo Petroleum detidos por anos, além do veterano da Marinha dos EUA Matthew Heath e outro cidadão americano chamado Osman Khan. Eles foram trocados por dois sobrinhos da mulher de Maduro, anteriormente condenados por acusações relacionadas a drogas.
A soltura é o resultado de conversas secretas iniciadas em março entre Washington e o governo socialista de Maduro, que está sob estritas sanções americanas, inclusive no setor de energia. Acontece em um momento em que Washington está sob forte pressão para fazer mais para garantir a liberdade de dezenas de cidadãos dos EUA detidos no exterior, inclusive na Rússia, onde está presa a jogadora de basquete Brittney Griner.
"Hoje, celebramos que sete famílias estarão inteiras mais uma vez. Para todas as famílias que ainda estão sofrendo e separadas de seus entes queridos que foram detidos injustamente -saibam que continuamos dedicados a garantir sua libertação", afirmou o presidente dos EUA, Joe Biden, em um comunicado.
O governo de Maduro afirmou que dois jovens venezuelanos "injustamente" detidos nos EUA foram libertados, bem como um grupo de cidadãos norte-americanos que estavam sujeitos a processos judiciais venezuelanos. Segundo declaração na mídia estatal, os americanos foram libertados por razões humanitárias.
Os norte-americanos estavam todos com saúde estável e a caminho de casa, enquanto os dois venezuelanos também voltavam para seu país, disseram autoridades do governo Biden a repórteres.
A Citgo, subsidiária da petroleira venezuelana PDVSA nos EUA, disse estar grata aos líderes em Washington que possibilitaram a soltura.
Biden aprovou a troca semanas atrás, no que disse ser "uma decisão difícil, uma decisão dolorosa", de que a libertação dos dois venezuelanos era essencial para garantir a soltura dos americanos.
A troca de prisioneiros não alterou a política dos EUA em relação à Venezuela, disse outro alto funcionário do governo. Washington mantém duras sanções da era Trump contra Caracas, e o governo americano afirmou que considerará flexibilizar as medidas se Maduro retornar às negociações com a oposição venezuelana que suspendeu no ano passado.Os cinco funcionários da
Citgo, com sede em Houston -detidos na Venezuela em 2017-, eram Tomeu Vadell, José Luis Zambrano, Alirio Zambrano, Jorge Toledo e José Pereira.
Também foi liberado Heath, um ex-fuzileiro naval hospitalizado após o que sua família disse ter sido uma tentativa de suicídio em junho. Ele estava detido desde 2020 por acusações de terrorismo, que negou.
Khan foi identificado como um homem da Flórida preso em janeiro.
Em troca, os Estados Unidos libertaram dois dos sobrinhos da primeira-dama venezuelana Cilia Flores, Franqui Flores e Efrain Antonio Campo Flores. Os dois foram condenados em 2016 por acusações dos EUA de tentarem realizar um negócio multimilionário de cocaína para obter uma grande quantia em dinheiro para ajudar a família Maduro a permanecer no poder.
Pelo menos outros quatro americanos ainda estão detidos na Venezuela, incluindo dois ex-membros das Forças Especiais do Exército dos EUA, Luke Denman e Airan Berry, presos em 2020 em conexão com uma operação fracassada destinada a derrubar Maduro.
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