SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, foi inocentada nesta sexta-feira (4) em investigação oficial das acusações de má conduta e negligência. A decisão pode colocar um ponto final na crise em que a premiê foi mergulhada após o vazamento de vídeo que mostrou a social-democrata de 36 anos dançando com influenciadores e artistas em uma festa privada em agosto.
O caso gerou críticas, algumas com teor misógino, de parte da oposição e de alguns meios de comunicação, que sugeriram que tal conduta era incompatível com sua posição.
No entanto, as investigações conduzidas pelo chanceler da Justiça finlandesa, Tuomas Pöysti, concluíram que Sanna Marin em nenhum momento descuidou de suas responsabilidades. Ele atua como uma espécie de procurador da República e é encarregado de fiscalizar a legalidade das ações do governo.
O veredicto, favorável à premiê, foi apresentado nesta sexta. "Não há razão para suspeitar que a primeira-ministra tenha tido uma conduta ilegal no desempenho de suas funções ou qualquer negligência em suas responsabilidades oficiais", escreveu Pöysti em sua decisão.
Além de críticas ao que seria um comportamento inadequado para uma premiê, Sanna Marin foi acusada de ter prejudicado a "reputação e segurança" da Finlândia, o que também foi rejeitado pelo chanceler da Justiça. Pöysti disse que as queixas não detalharam qual dever oficial a primeira-ministra supostamente deixou teria deixado de cumprir ou quais tarefas teria sido incapaz de realizar.
O vídeo de Marin festejando circulou nas mídias sociais em agostyo e logo foi publicado por vários meios de comunicação no país e no exterior. Em um momento em que a Europa vive instabilidade em diferentes camadas com a Guerra da Ucrânia, ela teve de enfrentar a avaliação de que suas festas poderiam interferir em sua capacidade de cumprir rapidamente as funções se uma crise repentina atingisse a Finlândia.
O episódio abalou a premiê, que chegou a defender em tom emocionado seu "direito à alegria e à vida", em resposta a onda de críticas. Marin se viu na obrigação também de dizer que nunca usou drogas ilegais --nem quando era mais jovem, antes de entrar para a política--, e que sua capacidade de desempenhar as funções oficiais permaneceu intacta nas noites em questão.
Para corroborar a declaração, a premiê se submeteu a teste de detecção de drogas, que resultou negativo. Marin, que se tornou a líder de governo mais jovem do mundo em dezembro de 2019, aceitou fazer o teste após pedidos de membros de sua coalizão de governo e da oposição. A líder social-democrata disse ainda que não viu ninguém usando drogas na festa da qual participou.
Enquanto muitos a elogiaram por conciliar um cargo cheio de exigências com uma vida privada ativa, outros questionaram sua decisão de se permitir filmar, ainda que com a promessa de que os vídeos não seriam divulgados. Algumas das críticas tinham teor misógino, com internautas e meios de comunicação ressaltando o fato de Marin ser casada e usando palavras chulas para se referir à primeira-ministra.
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