SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O ministro da Justiça do Japão, Yasuhiro Hanashim, renunciou nesta sexta-feira (11) ao cargo após relatos de que ele teria feito uma piada sobre pena de morte no país. Esses relatos são de que ele disse que seu cargo "low-profile" (expressão em inglês usada para se referir a pessoas discretas) só rendia coberturas da imprensa se ele aprovasse esse tipo de punição.

A renúncia de Hanashi é mais um revés para o governo do primeiro-ministro Fumio Kishida, que já enfrenta uma queda nos índices de aprovação.

A saída também ocorre apenas algumas semanas após o ministro da Revitalização Econômica, Daishiro Yamagiwa, deixar o governo após se tornar alvo de julgamentos por vínculos com um grupo religioso da Igreja da Unificação.

Segundo os relatos a respeito de Hanashi, o ministro teria dito em uma festa com legisladores esta semana que seu trabalho era "um cargo que só faz manchetes nas notícias do meio-dia depois de dar o selo de aprovação para a pena de morte pela manhã".

O Japão é um dos poucos países desenvolvidos a manter a pena de morte, e o apoio público à pena continua alto, apesar das críticas internacionais.

Ao anunciar sua renúncia, Hanashi caracterizou sua fala como um "descuido". Ele estava no cargo desde agosto.

Kishida deveria partir à tarde para uma cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) no Camboja, mas atrasou sua partida até 1h da manhã (no horário local) para nomear um substituto para Hanashi.

"Eu levo a sério minha própria responsabilidade por nomeá-lo em primeiro lugar. Ao enfrentar os desafios futuros, gostaria de cumprir meus deveres", disse Kishida.

Os baixos índices de aprovação do governo se devem em parte à controvérsia sobre os laços dos políticos com a Igreja da Unificação.

A seita está no centro das atenções desde que surgiram relatos de que o homem acusado de matar o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe se ressentiu da organização por causa das doações que sua mãe fez que levaram a família à falência.

A igreja, oficialmente conhecida como Federação das Famílias para a Paz e Unificação Mundial, negou irregularidades.


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