LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - Em discurso com representantes da comunidade brasileira em Portugal, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que irá trabalhar para possibilitar a volta de estudantes e trabalhadores que saíram do Brasil por falta de oportunidades.
"Eu espero que vocês comecem a voltar para o Brasil orgulhosamente", disse o petista, relembrando o movimento de retorno de expatriados durante seus dois primeiros governos.
Último compromisso da agenda de Lula em Lisboa, o encontro, na manhã deste sábado (19), reuniu cerca de 300 pessoas em um auditório do ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa). Por motivos de segurança, os participantes foram selecionados e identificados previamente.
Falando para um público apenas de apoiadores, o presidente eleito repetiu a mensagem de que irá tirar o Brasil do isolamento internacional provocado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
"No final, ele [Bolsonaro] estava implorando que alguém fosse ao Brasil, que alguém se perdesse e chegasse ao Brasil", ironizou o petista.
"O Brasil é um país que não tem contencioso com nenhum país do mundo. O último foi na Guerra do Paraguai. O Brasil gosta de tratar todo mundo bem e de ser tratado bem. De repente esse país ficou isolado", completou.
O presidente eleito aproveitou o ambiente universitário para voltar a prometer a ampliação dos investimentos em educação. "Quero que todos os setores da sociedade brasileira, sobretudo da classe média baixa, tenham a oportunidade de estudar que eu não tive."
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, cujo nome ganhou força para chefiar a economia, também discursou no encontro, assim como a futura primeira-dama Rosângela Silva, a Janja. Bastante tietada pelos presentes, a socióloga fez uma breve intervenção em que afirmou que o governo do marido fará "mais e melhor" pelos direitos das mulheres.
Assim como nos demais compromissos de agenda de Lula em Portugal, houve uma pequena concentração de manifestantes bolsonaristas nas imediações do prédio.
Em seu discurso, Lula disse que os protestos fazem parte da democracia e pediu para que seus apoiadores não caiam em provocações.
"Se vocês encontrarem algum bolsonarista raivoso, não aceitem provocação. Não percam o tempo de vocês brigando com quem não têm argumentos", finalizou.
Segundo maior colégio eleitoral no exterior, Portugal deu uma vitória expressiva a Lula nos dois turnos. O petista levou a melhor nas três cidades em que houve votação. Em Lisboa, cidade com maior número de eleitores fora do Brasil, ele garantiu 64,5% dos votos no segundo turno.
Lula permaneceu por cerca de 24 horas em Portugal. Na sexta-feira, ele se reuniu com o primeiro-ministro, António Costa, e com o presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, sendo recebido praticamente como chefe de Estado.
Em entrevista coletiva conjunta na noite de sexta-feira (18), o premiê luso não disfarçou a satisfação em ver Lula de volta à Presidência do Brasil, salientando o distanciamento entre os dois países durante atual governo.
"É de fato um virar de página. Nós há muito tempo que não tínhamos esse encontro, essa proximidade e esse carinho entre os responsáveis políticos de Portugal e do Brasil. Não temos tido aqui bilateralmente, não temos tido na CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], não temos tido no mundo", disse o socialista.
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