SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A assessora da família real britânica e madrinha do príncipe William, Lady Susan Hussey, 83, pediu desculpas pelo ato racista que cometeu no fim de novembro contra a ativista negra Ngozi Fulani ao questioná-la sobre sua origem e nacionalidade.
De acordo com um comunicado divulgado pelo Palácio de Buckingham, Hussey e Fulani se encontraram na sexta-feira (16) para discutir o caso, que levou ao afastamento da assessora.
Fulani é britânica e trabalha para o grupo Sistah Space, que apoia mulheres vítimas de violência doméstica. Ela e Hussey se conheceram em um evento promovido pela rainha consorte Camilla, em 29 de novembro, cujo tema foi violência contra meninas e mulheres. A rainha belga Mathilde e a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, também estavam presentes.
Após o encontro, Fulani utilizou o Twitter para criticar a maneira como foi tratada na residência real ao ser questionada de qual país do continente africano vinha. Na postagem, ela identificou a autora dos comentários como "Lady SH" e disse que a pessoa chegou a mexer em seu cabelo sem permissão para conferir seu crachá.
O Palácio de Buckingham descreveu os comentários como "inaceitáveis e profundamente lamentáveis" e disse que Fulani e Hussey tiveram uma conversa "calorosa e cheia de compreensão" ao tratar do episódio.
A Casa Real disse ainda que a ex-assessora prometeu aprofundar sua consciência sobre o assunto e que utilizará a oportunidade para aprender mais sobre questões raciais.
"A senhora Fulani, que recebeu injustamente a mais terrível torrente de abusos nas redes sociais e em outros lugares, aceitou este pedido de desculpas e reconhece que não houve intenção de malícia", diz o comunicado, acrescentando que o rei Charles 3º e Camilla estão satisfeitos com o resultado da conversa.
O pedido de desculpas foi divulgado em meio à repercussão do documentário da Netflix em que o príncipe Harry e sua esposa, a atriz Meghan Markle, comentam, entre outras histórias, os casos de racismo envolvendo a família real britânica, ecoando entrevista concedida à apresentadora americana Oprah Winfrey em 2021.
Irmão mais velho de Harry e primeiro na linha de sucessão, o príncipe William chegou à responder às polêmicas do documentário dizendo que a realeza não é racista
Após a série de controvérsias, o Palácio de Buckingham prometeu, como uma das ações de diversidade, aumentar o número de funcionários de minorias étnicas.
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