SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Chris Hipkins, que teve papel preponderante na gestão da Covid na Nova Zelândia, deve ser escolhido pelo Partido Trabalhista para ser o substituto de Jacinda Ardern como primeiro-ministro do país.
Na primeira declaração após a indicação, em entrevista em frente ao Parlamento, em Wellington, Hipkins, 44, hoje ministro para Polícia, Educação e Serviços Públicos, disse que a sigla atravessa o processo com "união". Ele deve ser eleito oficialmente neste domingo (22) pela legenda de centro-esquerda.
O futuro premiê substituirá Jacinda após o anúncio surpreendente, na noite de quarta no Brasil, manhã de quinta-feira na Nova Zelândia, de que ela renunciará ao cargo. Ao justificar a decisão, a atual primeira-ministra disse não ter mais "a energia necessária para fazer esse trabalho da melhor forma".
Jacinda, 42, ganhou os holofotes ao se tornar, em 2017, quando se elegeu pela primeira vez, a chefe de Executivo mais jovem do mundo. No cargo, viveu episódios que consolidaram sua imagem como uma líder com empatia e sensibilidade. No segundo ano de mandato, engravidou e não abriu mão de tirar seis semanas de licença-maternidade -deixando o país nas mãos do vice.
Em 2019, ela foi elogiada ao transmitir sentimentos de conciliação e união nacional a uma população traumatizada pelo massacre de 51 pessoas por um extremista em duas mesquitas na cidade de Christchurch. Após a matança, armas semiautomáticas foram banidas no país.
No ano seguinte, Jacinda levaria o Partido Trabalhista a uma vitória histórica, com ampla vantagem sobre a oposição do Partido Nacional. No segundo mandato, se projetaria com a forma como lidou com a gestão da pandemia de Covid-19. A Nova Zelândia virou exemplo mundial de combate à doença, com quarentena rígida, ampla campanha de testes e uma estratégia de comunicação eficiente.
Hipkins foi nomeado ministro da Saúde em julho de 2020, antes de se tornar o responsável pela resposta à Covid no final daquele ano. No cargo, construiu uma reputação de competência e se tornou alguém que solucionava problemas enquanto outros ministros do gabinete de Jacinda enfrentavam dificuldades.
A estratégia, porém, gerou desgaste com o tempo. Sob pressão de parcela da população, ante o aumento da vacinação e em meio ao surto constante da variante delta do coronavírus, em outubro de 2021 o país anunciou que abandonaria a política de Covid zero e passaria a conviver com o vírus.
O substituto de Jacinda também vai liderar o partido nas eleições legislativas, em que os trabalhistas não são favoritos. "Gosto de pensar que sou bastante determinado e que posso fazer as coisas", disse ele, que também afirmou acreditar numa vitória do seu partido na votação marcada para 14 de outubro, apesar do desempenho atual nas pesquisas e das críticas devido aos preços altos, à pobreza e à criminalidade.
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