GUARULHOS, SP (FOLHAPRESS) - Centrais sindicais reduziram de 48 para 24 horas a duração de uma greve nacional na Itália iniciada nesta terça-feira (24) na esteira do aumento do preço dos combustíveis. Assim, a paralisação que ameaça fragilizar índices de aprovação da primeira-ministra Giorgia Meloni se encerra na tarde desta quarta (25).

A decisão dos sindicatos foi anunciada em nota após uma reunião de representantes com o Ministério das Empresas italiano. No texto, eles afirmam que a medida tem como objetivo aliviar as consequências para os consumidores, "certamente não para o governo".

O setor de postos de gasolina acusa o governo de uma campanha de difamação após a gestão acusar donos desses estabelecimentos de especulação ao subir os preços de combustíveis além do necessário.

O principal ponto do imbróglio está na exigência de fixar um cartaz nas bombas informando o preço médio regional de cada combustível, de modo que o cliente tenha uma base de comparação.

Nesta quarta-feira, concessões foram feitas, ainda que a exigência do cartaz não tenha sido derrubada. O governo disse que se compromete a aliviar as punições a quem desrespeitar as regras. A multa máxima cairia de EUR 6.000 para EUR 800, e a eventual suspensão da atividade, de 90 para 30 dias.

"As propostas de alteração do governo ao seu próprio decreto não afastam a clara intenção de identificar os postos de gasolina como destinatários de obrigações confusas, contraproducentes e claramente acusatórias", disseram os sindicatos após a mesa de negociações.

Segundo relatos da Bloomberg, a maioria dos postos no centro da capital Roma permaneceu fechada ao longo do dia, mas o tráfego na cidade seguia no ritmo de costume. Boa parte dos motoristas encheu os tanques antes da greve, e um percentual mínimo de postos teve de seguir operando por obrigação da lei.

Alguns locais que operam de maneira independente, sem estarem atrelados aos sindicatos, também mantiveram seus serviços normalmente.

O desencontro entre sindicatos desses estabelecimentos e a gestão Meloni começou logo após a virada do ano, como resultado da suspensão de um desconto no imposto sobre combustíveis que vinha sendo aplicado desde março do ano passado.

Na ocasião, para responder à alta de preços acarretada principalmente pela Guerra da Ucrânia, o então premiê Mario Draghi determinou o corte temporário de EUR 0,25 por litro de gasolina e diesel. A medida foi prorrogada pela sucessora, Meloni, até o fim de dezembro.

Como resultado, o preço médio do litro da gasolina para o consumidor nas bombas de autosserviço, que foi de EUR 1,66 em dezembro, era de EUR 1,84 na última segunda (23).

A justificativa do governo Meloni é que a medida, que custou mais de EUR 7 bilhões em 2022, não cabe no Orçamento deste ano e que o dinheiro será direcionado para outras iniciativas voltadas aos mais pobres.


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