A União Europeia (UE) e a Ucrânia vão realizar uma cúpula em Kiev na próxima sexta-feira (3). O presidente ucraniano saudou a realização desta cimeira na capital, afirmando que é “um sinal forte” enviado à Rússia. Volodymyr Zelensky espera que o encontro reflita um alto nível de “cooperação e progresso” com a UE e afirmou que seu governo planeja implementar reformas como parte dos esforços para integrar o bloco europeu.
A cúpula com os 27 estados-membros da União Europeia é um passo importante para a Ucrânia, que procura integrar o bloco europeu depois de ter recebido o status de candidato oficial à adesão à UE.
No seu discurso na noite de terça-feira (31), o presidente ucraniano saudou a realização da cúpula, esperando que o encontro reflita um alto nível “de cooperação e progresso" com a UE. "Estamos à espera de notícias para a Ucrânia", disse Zelensky.
"O fato de esta cimeira ser realizada em Kiev é um forte sinal dirigido tanto aos nossos parceiros quanto aos nossos inimigos", disse o primeiro-ministro ucraniano Denys Chmygal, ao declarar que espera da cúpula "uma avaliação provisória positiva dos nossos esforços para a integração europeia".
O presidente ucraniano anunciou que planeja implementar reformas no governo como parte dos esforços de prosseguir com as negociações para garantir a adesão da Ucrânia à UE.
“O que é muito importante é que estamos preparando novas reformas na Ucrânia”, disse Zelensky, citado pela Reuters.
“São reformas que em muitos aspectos vão mudar as realidades sociais, jurídicas e políticas, tornando-as mais humanas, mais transparentes e mais eficazes”, acrescentou.
Nas últimas semanas, o governo de Zelensky tem sofrido uma onda de demissões após notícias publicadas na imprensa do país sobre casos de corrupção. A reestruturação do executivo de Kiev é um esforço para a eliminação da corrupção na Ucrânia, uma das principais exigências da UE para a integração de Kiev ao bloco europeu.
Políticos europeus
Nesta quarta-feira (1°), o ex-premiê britânico e atual parlamentar conservador inglês Boris Johnson apelou para que se inicie de imediato o processo de adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), defendendo que esta seria a única forma de travar a guerra.
O antigo presidente do Comitê Militar da Otan e atual presidente da República Tcheca, Petr Pavel, também afirmou hoje que a Ucrânia está “moralmente e praticamente pronta” para se tornar parte da aliança assim que o conflito terminar. Ele também apoiou o fornecimento de armas à Ucrânia pelo Ocidente:
“Não temos alternativa. Se deixarmos a Ucrânia sem assistência, eles provavelmente perderiam esta guerra. E se eles perderem, todos nós perdemos”.
Tanques
A cúpula ocorre daqui a dois dias, depois de aliados ocidentais terem avançado nas negociações para envio de tanques para a Ucrânia, e a Alemanha ter, finalmente, dado o aval necessário.
De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Kiev espera receber entre 120 e 140 tanques ocidentais para expulsar o exército russo.
Esta é a primeira vez que Kiev revela o número total de armas pesadas modernas prometidas pelos seus aliados ocidentais. A Ucrânia tinha indicado anteriormente que precisaria de várias centenas desses tanques pesados, mísseis de longo alcance e aviões para poder realizar contra-ofensivas capazes de reconquistar os territórios ucranianos ocupados pela Rússia.
Para além dos tanques Leopard 2 dos aliados ocidentais, a Ucrânia vai também receber os norte-americanos M1 Abrams.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse ontem que estão em curso negociações com Kiev para programar a ajuda militar futura, mas rejeitou fornecer caças F16 a Kiev, que tem pedido o reforço da aviação para derrotar Moscou.
O ocidente teme que um apoio militar ainda mais maciço possa levar o Kremlin a uma escalada de violência, à medida que a Rússia tem afirmando que o envio de tanques ocidentais a Kiev foi uma decisão “extremamente perigosa” que levará o conflito a um “novo nível de confronto”.
No momento em que a invasão russa da Ucrânia está prestes a completar um ano, o presidente israelense disse hoje que considera enviar ajuda militar à Ucrânia. Em entrevista à CNN, Benjamin Netanyahu mostrou ainda estar disposto a servir como mediador entre a Rússia e a Ucrânia se solicitado.
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