SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um homem em Singapura processou por difamação uma mulher que se recusou a aprofundar uma relação amorosa com ele e o tratou apenas como amigo. Ele espera mais de US$ 3 milhões (cerca de R$ 15 milhões) como compensação pelo que chamou de "trauma constante" e "reduções de renda" que a rejeição teria lhe causado.
Identificado como K. Kawshigan nos processos, o homem entrou com a ação contra a mulher, Nora Tan, e a processou em outro tribunal enquanto o primeiro pleito não era julgado. Nesta segunda ação, já indeferida, ele pediu US$ 22 mil (R$ 110 mil) em reparação pela quebra de um acordo que a mulher teria feito com ele.
O acordo, de abril do ano passado, era uma lista de ações que a mulher compartilhou com o homem como uma última tentativa de impor limites à relação, segundo consta no texto da decisão. Kawshigan seguiu insistindo em encontros mais frequentes mesmo quando ela manifestou desconforto com isso.
Depois que Tan cortou completamente o contato com o homem, em maio, ele ameaçou a mulher ao escrever em uma carta que, se ela não cumprisse o que ele pedia, sofreria "dano irreparável à sua vida pessoal e profissional". Tan conseguiu uma medida protetiva contra ele.
A conclusão do processo já julgado apontou que a "corte não será um acessório às tentativas calculadas [de Kawshigan] de obrigar o engajamento da ré, que, depois de anos lidando com a infelicidade do acusador, finalmente decidiu se levantar contra suas ameaças em vez de se entregar às suas demandas".
Os dois se conheceram em um evento social em 2016 e desenvolveram amizade, que começou a desandar em setembro de 2020, quando eles discutiram, e a mulher, que afirmou vê-lo apenas como amigo, pediu que as interações entre eles diminuíssem. A partir daí começaram as ameaças e demandas insistentes.
No processo ainda em andamento, o acusador afirma que os US$ 3 milhões esperados como compensação serviriam para reparar danos causados por "perda incalculável de investimentos, reabilitação e sessões de terapia".
Tan chegou a participar do acompanhamento psicológico do homem a pedido da terapeuta por cerca de um ano e meio, pensando que isso ajudaria Kawshigan a compreender a decisão dela de não desenvolver uma relação amorosa com ele e colocaria um fim às demandas e ameaças, o que não aconteceu.
Uma nova audiência do processo está programada a próxima quinta-feira (9).
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