SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Ministério Público da Alemanha autorizou a soltura das brasileiras presas no país suspeita de tráfico de drogas após terem as etiquetas das bagagens trocadas no aeroporto de Guarulhos. As informações foram confirmadas pela advogada de defesa delas.
O promotor que cuida do caso informou a defesa que pediu o arquivamento do caso. As brasileiras Kátina e Jeanne serão liberadas ainda nesta terça-feira (11).
O consulado brasileiro na Alemanha já foi avisado. As informações foram passadas à reportagem pela advogada Chayane Kuss, que defende o casal no país europeu.
A polícia alemã e o Ministério Público analisaram vídeos enviados por autoridades brasileiras na manhã desta terça. O material foi enviado com o objetivo de comprovar a inocência das brasileiras.
Kátyna e Jeanne se reunirão com familiares e a advogada que auxilia a família para definir quando retornam ao Brasil. O encontro deve acontecer assim que deixarem o presídio feminino em Frankfurt.
"O promotor entrou em contato comigo e informou que enviou a ordem de soltura delas direto para o presídio. Elas devem ser liberadas em, no máximo meia, hora. Não existe precedente disso na Alemanha. Normalmente vai para o juiz que comunica as partes", afirmou Chayane.
ENTENDA O CASO
As goianas Jeanne Paolini e Kátyna Baía foram presas em uma escala em Frankfurt no dia 5 de março. A detenção ocorreu após as duas terem tido as etiquetas das bagagens trocadas no aeroporto de Guarulhos em São Paulo.
Jeanne e Kátyna foram algemadas no aeroporto do país europeu. Após serem interrogadas pela polícia alemã sob suspeita de tráfico de drogas, foram levadas a um presídio feminino.
Após contato com a defesa de ambas, a Polícia Federal investigou o perfil das goianas. A PF apurou também a forma de pagamento das passagens e pediu as imagens de câmeras de segurança do imóvel residencial das mulheres e do aeroporto de Goiânia.
Por meio das imagens de câmeras de segurança, o delegado Bruno Gama afirma que foi possível identificar a atuação de uma organização criminosa que trocou as etiquetas.
As imagens demonstram que os seis suspeitos presos na semana passada estão envolvidos na organização criminosa, conforma a polícia. Eles são funcionários terceirizados do aeroporto de Guarulhos e atuavam internamente.
Cópias das provas, que incluem vídeos e depoimentos, foram enviadas para autoridades da Alemanha. Segundo a delegada Marcela Rodrigues, superintendente da Polícia Federal em Goiás, os documentos tinham o objetivo de comprovar a inocência das brasileiras presas.
"Elas não tinham o perfil das pessoas investigadas por tráfico de drogas. Foi verificado também que as bagagens remetidas por elas aqui eram diferentes das bagagens apreendidas na Alemanha, diferentes em cores, peso", declarou Bruno Gama, delegado da Polícia Federal em Goiás.
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