SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A foto de uma mulher grávida sendo resgatada após ser ferida em um ataque russo a uma maternidade da cidade de Mariupol, em meio à Guerra da Ucrânia, venceu nesta quinta-feira (20) o prêmio World Press Photo na categoria foto do ano.

O trabalho do ucraniano Evgeni Maloletk, da Associated Press, retrata Irina Kalinina, 32, prestes a dar à luz quando ocorreu o bombardeio do local. Ela morreu devido aos ferimentos, assim como o bebê.

Na justificativa do prêmio, o júri afirma que a imagem "captura o absurdo e o horror da guerra". "Trata-se de uma representação fiel do evento do ano e evidencia que crimes de guerra têm sido cometidos pelas forças russas contra civis ucranianos."

Os jurados afirmam ainda que a foto retrata algo "profundamente doloroso e mostra o assassinato de futuras gerações de ucranianos". "O júri espera que o mundo reconheça a intolerável realidade da guerra e pense sobre o futuro da Ucrânia."

Evgeni Maloletk, o fotógrafo premiado, registra os conflitos em seu país desde 2014. Ele acompanhou, por exemplo, a onda de protestos conhecida como Euromaidan, que levaram à queda de um líder alinhado a Moscou, os protestos contra a ditadura da Belarus em 2020 e a pandemia de Covid na região.

Os registros feitos pelo fotógrafo em Mariupol, uma das cidades que mais foram alvo de ataques nos meses iniciais da guerra, serviu de argumento para as primeiras acusações de que a Rússia estaria cometendo crimes de guerra ao atacar civis.

A premiação global do World Press Photo também laureou outros três trabalhos. Na categoria de projeto de longo prazo, venceu Anush Babajanyan, da Armênia, com um trabalho que registra a forma como a população da Ásia Central se adaptou às dificuldades de acesso a água deixadas por políticas da União Soviética e pela emergência climática.

Já na categoria de história do ano, o vencedor foi Mads Nissen, da Dinamarca, com um projeto que retrata o Afeganistão após o retorno do regime fundamentalista do Talibã ao poder. Por último, na categoria de formato aberto, Mohamed Mahdy foi premiado com um trabalho de preservação da memória de uma vila de pescadores no Egito.


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