SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após alegar, sem evidências, que a Ucrânia estaria por trás de um suposto ataque com drone ao Kremlin com o objetivo de assassinar o presidente Vladimir Putin na quarta-feira (3), a Rússia voltou suas acusações para os Estados Unidos.

Em encontro regular com a imprensa nesta quinta-feira (4), o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, afirmou que a Casa Branca "sem dúvidas" estava por trás do atentado, acrescentando, ainda sem apresentar provas, que "decisões acerca de ações do tipo não são feitas em Kiev, mas em Washington".

Os EUA refutaram as alegações horas depois. Em entrevista à rede MSNBC, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional do país, John Kirby, disse não só que as declarações eram falsas, como Washington não encoraja Kiev a promover ofensivas para além de suas fronteiras.

No dia anterior, a Ucrânia já havia negado qualquer envolvimento no episódio. "Lutamos em nosso território", disse então o líder ucraniano, Volodimir Zelenski, de passagem pela Finlândia para uma cúpula com os países nórdicos.

O incidente deixou uma série de questões no ar ?a ponto de o secretário de Estado americano, Antony Blinken, dizer que tinha "um pé atrás" com qualquer informação vinda dos russos. E gerou especulações acerca de se o suposto ataque não se trata na verdade de uma operação de "bandeira falsa", isto é, quando um país simula um ataque contra si mesmo para iniciar uma guerra, retaliar rivais ou escalar uma situação.

A troca de acusações ainda se dá em um momento de escalada da guerra, causada pela expectativa de uma contraofensiva ucraniana iminente. Desde a semana passada, ataques aéreos em ambos os territórios têm sido cada vez mais frequentes.

Na madrugada desta quinta, a Rússia voltou a disparar drones e mísseis contra o território invadido segundo o Exército ucraniano, atingindo a capital, Kiev, e também um campus universitário em Odessa, cidade portuária no Mar Negro. Bombardeios na região de Donetsk danificaram uma usina elétrica, informou o Ministério da Energia. Não houve registros de vítimas.


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