HIROSHIMA, JAPÃO (FOLHAPRESS) - Perto das 19h de domingo em Hiroshima, no Japão, horário local, manhã no Brasil, a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou aos jornalistas, que aguardavam a possível chegada do presidente ucraniano Volodimir Zelenski desde o início da tarde, que o encontro entre os dois não aconteceria mais, na cúpula do G7.
Após a relutância inicial de Lula diante da solicitação ucraniana, feita quando Zelenski viajava para o Japão, sua equipe diz ter oferecido mais de um horário na tarde de domingo, daí a presença de jornalistas brasileiros --e de uma bandeira da Ucrânia na sala de reuniões do 22º andar do hotel Ana Crowne Plaza, onde Lula fez a maior parte de suas reuniões bilaterais.
Questionado durante entrevista coletiva se estava desapontado por não ter encontrado o homólogo brasileiro, Zelenski respondeu: "Acho que isso o desapontou". Disse ter encontrado "quase todo mundo, todos os dirigentes. Todos têm horários próprios, por isso não pudemos nos encontrar com o presidente brasileiro".
O único encontro de ambos acabou sendo na sessão de trabalho que dividiram, com os demais líderes do G7 e convidados da cúpula, por volta do meio-dia, mas eles não teriam se falado diretamente. Uma fonte, que pediu para não ser identificada, disse que agora o Brasil não pode mais ser acusado de má vontade com o ucraniano.
No discurso que fez diante de Zelenski, o presidente brasileiro afirmou condenar a "violação da integridade territorial da Ucrânia" e repudiar "veementemente o uso da força como meio de resolver disputas". Para Lula, "os mecanismos multilaterais de prevenção e resolução de conflitos já não funcionam" e é preciso lembrar que as guerras hoje "vão muito além da Europa", destacando o Oriente Médio e o Haiti.
O líder ucraniano, ao longo da tarde, se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, e depois concedeu a coletiva. Lula teve encontros agendados anteriormente com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, com o presidente de Comores e da União Africana, Azali Assoumani, e com empresários japoneses. Ele dará entrevista coletiva nesta segunda pela manhã, horário local, e em seguida viaja de volta ao Brasil.
No mês passado, em viagem a Abu Dhabi, Lula afirmou que tanto Ucrânia quanto Rússia era responsáveis pela guerra. "O presidente [russo, Vladimir] Putin não toma a iniciativa de parar. [O presidente ucraniano, Volodimir] Zelenski não toma a iniciativa de parar. A Europa e os Estados Unidos continuam contribuindo para a continuação desta guerra", disse na ocasião.
Depois, em Madri, ainda lidando com as repercussões negativas de suas declarações, o presidente tentou se esquivar de uma pergunta sobre se considerava os territórios da Crimeia e do Donbass ucranianos ou russos.
"Não cabe a mim decidir de quem é a Crimeia ou o Donbass. Quando você senta numa mesa de negociação, pode discutir qualquer coisa, até a Crimeia. Quem tem que discutir isso são os russos ou os ucranianos", respondeu a um jornalista espanhol.
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