A Rússia voltou a atacar, nesta sexta-feira (2), a capital ucraniana, utilizando mais de 30 mísseis e drones. Segundo a administração militar da Ucrânia, todo esse armamento foi abatido pelas defesas aéreas ucranianas.

"O terror continua em Kiev com ataques aéreos. Os terroristas estão desesperados e atacam a capital quase sem parar", informou a administração militar, sublinhando que este é o sexto ataque aéreo contra a capital ucraniana nos últimos seis dias.

De acordo com os responsáveis, as forças russas usaram uma combinação de drones (veículos aéreos não tripulados) Shahed, de produção iraniana, lançados de "diferentes direções", e mísseis de cruzeiro disparados por aviões, a partir do Mar Cáspio.

Ainda segundo as autoridades ucranianas, duas pessoas ficaram feridas pela queda de escombros, incluindo uma criança. “Além disso a queda de escombros danificou cinco casas particulares". O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, indicou que não foram realizadas chamadas para os serviços médicos durante ou após o ataque durante a madrugada.

O relatório diário do Estado-Maior da Ucrânia informou que as defesas aéreas nacionais abateram 15 mísseis de cruzeiro e 18 drones Shahed.

Desde o final de abril, a Rússia tem aumentado a intensidade e a frequência dos ataques com drones e mísseis à capital ucraniana.

Embora os sistemas de defesa ocidentais que a Ucrânia tem instalados em Kiev derrubem quase a totalidade dos projéteis, várias pessoas morreram nos últimos dias devido à queda de destroços na sequência das interceptações.

Belgorod

Do outro lado do conflito, a Rússia afirmou ter respondido a um ataque ucraniano na cidade de Belgorod, acrescentando que as cidades fronteiriças de Chebekino e Novopetrovka e a região de Kursk foram alvo de bombardeios na madrugada de hoje.

Segundo o governador de Belgorod, duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas quando um drone caiu na cidade.

Intensamente bombardeada durante vários dias, a região russa de Belgorod foi alvo, na semana passada, de uma grande incursão que levantou questões sobre a solidez das defesas fronteiriças da Rússia.

“Cerca de duas companhias de infantaria motorizada reforçadas por tanques tentaram invadir o território russo na quinta-feira. Perto de 70 homens armados participaram do ataque”, informou o Ministério russo da Defesa.

“O assalto foi precedido de bombardeios a instalações civis depois de três ataques de grupos terroristas ucranianos terem sido repelidos pelos militares russos, apoiados pela força aérea”, acrescentou.

Ainda segundo o Ministério da Defesa, “no total, foram eliminados mais de 50 terroristas ucranianos, quatro veículos blindados de combate, um veículo BM-21 Grad de lançamento múltiplo de foguetes e uma van”.

Corpo de Voluntários Russos

Um grupo que se intitula Corpo de Voluntários Russos – constituído por combatentes russos que apoiam Kiev e que reivindicou, na passada semana, um papel na incursão em Belgorod – informou ontem que está combatendo em território russo perto de Chebekino.

As autoridades russas confirmaram que Chebekino, cidade com uma população de 40 mil pessoas, a cerca de dez quilômetros da fronteira ucraniana, foi alvo de “ataques ininterruptos” que danificaram vários edifícios e feriram 12 pessoas.

“Um prédio atingido por projéteis, lançados pelo lança-foguetes múltiplo Grad, está em chamas e um edifício da administração local também sofreu danos”, disse o governador da Belgorod, Vyacheslav Gladkov, no Telegram. Ainda segundo Gladkov a cidade ficou sem eletricidade.

De acordo com o responsável, a aldeia de Novopetrovka, também na região de Belgorod, foi atingida por ataques que provocaram ferimentos em dois professores. Os habitantes dessas áreas bombardeadas estão sendo acolhidos em centros temporários.

“O maior centro municipal de alojamento temporário está ficando gradualmente cheio, porque todas as pessoas que chegam de Chebekino estão sendo enviadas de forma organizada para outros centros”, divulgou Gladkov.

Nesta madrugada, vários drones ucranianos foram abatidos pela defesa aérea russa perto de Kursk, uma cidade próxima da fronteira com a Ucrânia, afirmou o governador da região, Roman Starovoyt, no Telegram, que pediu aos residentes para “manterem a calma”. Desde fevereiro de 2022, esta região tem sido regularmente bombardeada pelas forças ucranianas.

O Kremlin já denunciou a falta de condenação internacional destes ataques em território russo. “Nem uma única palavra de crítica ou de condenação ao regime de Kiev por este fato”, acusou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.

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