SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O policial que matou um adolescente na última terça-feira (27) durante uma blitz na região metropolitana de Paris pediu desculpas à família do jovem durante sua detenção, disse seu advogado nesta quinta-feira (29).

"As primeiras palavras que ele disse foram para pedir perdão e as últimas que falou foram para pedir perdão à família" da vítima, declarou Laurent-Franck Liénard à emissora francesa BFMTV.

"Não tenho nada contra a polícia. Tenho algo contra uma pessoa, ele que matou meu filho. Ele não precisava matar meu filho", disse Mounia, a mãe de Nahel, 17, à TV France 5 após uma marcha que reuniu milhares em Nanterre.

Protestos eclodiram em diferentes partes do país após a morte do adolescente Nahel, que teria desobedecido ordens durante uma abordagem de trânsito em Nanterre, na região metropolitana de Paris. O caso, filmado por uma testemunha, viralizou nas redes sociais e provocou revolta.

No vídeo, dois policiais de capacete se aproximam da janela do motorista de um carro de luxo. Um deles aparentemente conversa com o adolescente, enquanto o outro aponta a arma. Após alguns segundos, Nahel acelera, e o policial reage atirando. Poucos metros à frente, sem direção, o Mercedes AMG sobe numa calçada e bate num poste. O jovem de origem argelina morreu uma hora depois.

Numa tentativa de conter os atos de violência, um contingente de 40 mil policiais foi mobilizado na França para a noite desta quinta, segundo o ministro Darmanin, e os serviços de ônibus e bondes deixaram de funcionar às 21h na região de Île-de-France, onde fica Paris. O número de agentes é quase quatro vezes o registrado na véspera, quando 9.000 policiais atuaram nas manifestações pelo país.

Em Clamart, no sul do país, autoridades determinaram toque de recolher das 21h às 6h no horário local. A medida deve permanecer em vigor pelo menos até a próxima segunda (3).

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