SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os cerca de 150 imigrantes afegãos que hoje vivem de forma temporária no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, serão transferidos entre esta sexta (30) e este sábado (1º) para uma colônia de férias do Sindicato dos Químicos em Praia Grande.
A ação coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública ao lado do governo de São Paulo, da prefeitura de Praia Grande e de organizações como o Acnur, a agência de refugiados da ONU, vem após um surto de sarna ser detectado entre o grupo, revelando condições precárias de higiene às quais estão submetidos.
Os imigrantes do país da Ásia Central buscam o Brasil como refúgio para fugir do regime fundamentalista do Talibã, que retomou o poder em agosto de 2021. Até o final de maio, o Brasil havia emitido 7.517 vistos de acolhida humanitária para afegãos, num procedimento que facilita o pedido de residência no país.
Ao chegarem no país, a maioria pelo Aeroporto de São Paulo, no entanto, muitas famílias não encontram vagas em abrigos -a Prefeitura de Guarulhos, por exemplo, diz que todas as vagas do município estão ocupadas atualmente. A saída encontrada, então, é ficar no aeroporto até que sejam redirecionados.
Segundo o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, essa se trata da ação emergencial para tirar o grupo que hoje vive no aeroporto dessa situação, mas outras estão na esteira.
À Folha ele diz que, junto a organizações da sociedade civil, estão sendo organizados planos para que as famílias depois sejam levadas para um local mais adequado e com mais oportunidades de inserção social e que novos locais de acolhimento estão sendo preparados para os futuros fluxos de refugiados.
No aeroporto, onde ficam no Terminal 2 em barracas improvisadas com mantas e tecidos, os imigrantes relatam que não têm acesso a banheiros para que possam tomar banho e fazer outros procedimentos de higiene, condição que potencializou o surgimento de infecções.
ONG's e especialistas em migração demandam que o Estado estruture um plano de acolhida a longo prazo para os afegãos. Do contrário, expressam ativistas que atuam no acolhimento a esse grupo, cenas como as recém-registradas no Aeroporto de Guarulhos voltarão a se repetir em breve, tão logo desembarquem novos imigrantes no país.
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