SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma das publicações mais tradicionais do mundo, a revista National Geographic anunciou que vai deixar de distribuir suas revistas nas bancas a partir de 2024 e focar na produção digital. Seus assinantes seguirão, porém, recebendo uma cópia impressa mensal, e edições especiais ainda chegarão a pontos de venda físicos, segundo noticiou a agência Associated Press (AP).

O anúncio foi feito após a empresa fundada em 1888 ser atingida por uma onda de cortes. Em setembro passado, alguns editores foram demitidos, e nesta semana, redatores entraram na lista de desligamentos.

Craig Welch, redator sênior da revista desde 2014, publicou no Twitter que a edição desta semana seria a última de sua carreira na publicação, e que todos os demais escritores da revista tinham sido demitidos. "Meus colegas e eu tivemos a inacreditável sorte de sermos a última turma de redatores da equipe --certamente o trabalho mais legal que terei e possivelmente um dos mais legais que já existiu", escreveu em uma rede social outra repórter, Nina Strochlic, que trabalhava no veículo desde 2015.

De acordo com a companhia, as vendas nas bancas representam uma parcela pequena da circulação mensal, de aproximadamente 1,8 milhão de exemplares.

A revista com bordas amarelas marcou gerações ao reproduzir imagens que retratavam detalhes de todos os cantos do planeta, destacando-se pela alta qualidade de seus registros.

Uma de suas capas deu origem ao que talvez seja uma das imagens mais famosas do século 20 --a de uma afegã de olhos verdes clicada no Paquistão em 1984. Então aos 12 anos, Sharbat Gula desencadeou uma mobilização internacional em favor de refugiados de guerra depois de ser clicada por Steve McCurry.

Em 2015, A National Geographic Society reorganizou sua operação e vendeu a maior parte das ações para a 21st Century Fox -adquirida pela Disney em março de 2019.


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