SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O submersível Titan teria tentado voltar à superfície antes de desaparecer e implodir, indicando que os tripulantes buscaram interromper a missão, segundo informou um ex-consultor da OceanGate.
O Titan teria "soltado seus pesos" -em referência ao lastro, o sistema de pesos que garante a navegabilidade-, durante a descida de quase 3.500 metros no oceano. Isso indica que ele teria tentado emergir momentos antes de perder contato com o navio-mãe, o Polar Prince.
A afirmação é do ex-consultor da OceanGate, Rob McCallum, em entrevista à revista The New Yorker. Ele diz ter recebido relatórios preliminares sobre a situação do Titan antes da implosão da embarcação, no dia 18 de junho.
O mergulho provavelmente teria sido abortado pela tripulação, que buscou entrar em contato com a superfície, antes de ter perdido comunicação com o navio-mãe, segundo declarou à revista.
Rob McCallum é o cofundador da empresa de expedições EYOS Expeditions e já liderou expedições subaquáticas ao local de naufrágio do Titanic.
Ele é o segundo especialista a afirmar que o submarino teria tentado emergir antes de desaparecer nas profundezas do Oceano Atlântico.
James Cameron, especialista em mergulho em águas profundas e diretor do filme "Titanic", já havia declarado à ABC News que o Titan soltou seu lastro e que as pessoas a bordo estariam "tentando lidar com uma emergência".
O Titan perdeu contato com sua nave-mãe aproximadamente 1 hora e meia após o início do mergulho, a uma profundidade de 940 metros.
Ainda não foi esclarecido se os cinco ocupantes do submersível que morreram estavam cientes do perigo iminente ou se receberam algum aviso sobre a falha no casco.
A OceanGate já havia abortado mergulhos anteriores do Titan devido a problemas em sistemas de propulsão e flutuação e teria ignorado diversos alertas de especialistas.
"O relatório que recebi imediatamente após o evento -muito antes de eles chegarem- foi que o submarino estava se aproximando de 3.500 metros. Ele largou os pesos. Então perdeu as comunicações e o rastreamento, e uma implosão foi ouvida", disse Roberto McCallum, em entrevista à revista The New Yorker
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