SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pesquisa divulgada pelo jornal americano The New York Times nesta terça-feira (1º) aponta que Joe Biden vem consolidando o apoio entre democratas para representar o partido na eleição à Presidência de 2024. O levantamento, porém, indica que o pleito promete ser acirrado, e o atual chefe da Casa Branca aparece empatado com o republicano Donald Trump em uma eventual revanche.
Presidente e ex-presidente têm 43% das intenções de voto popular nacional. Na véspera, outro levantamento do New York Times mostrou que Trump é o favorito na corrida republicana para a próxima eleição, com 54% da preferência dos eleitores, contra 17% do governador da Flórida, Ron DeSantis, em segundo. As pesquisas foram feitas em parceria com o Instituto de Pesquisas da Faculdade Siena.
A mais de um ano da eleição, o levantamento mostra que 14% dos entrevistados disseram que pretendem votar em um candidato da terceira via. O New York Times pondera, porém, que um número significativo desse grupo deve escolher entre Biden e Trump quando o pleito chegar.
Se em 2022 quase dois terços dos democratas queriam um candidato diferente, agora quase metade (45%) apoia a candidatura à reeleição de Biden. Segundo o jornal, o entusiasmo do partido em relação ao atual presidente começou a aumentar no ano passado, depois que a Suprema Corte americana, de maioria conservadora, decidiu suspender o direito constitucional ao aborto após 49 anos.
Ao contrário do que esperavam analistas, a defesa do direito ao aborto --uma das bandeiras de Biden-- acabou se mostrando um tema mais importante para os eleitores do que se imaginava. No ano passado, o tema incentivou mulheres a se registrarem para votar nas midterms, as eleições de meio mandato que resultaram na maioria dos democratas no Senado e no controle republicano frágil na Câmara.
O New York Times aponta sinais de alerta para Biden: o presidente tem sido beneficiado pelos sentimentos de medo e aversão de eleitores em relação a Trump, mas tem índice de aprovação de apenas 39% após dois anos e meio no cargo.
Nesta terça-feira (1º), Trump pode se tornar réu pela terceira vez, em um processo que apura sua participação na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e as tentativas de reverter a eleição que perdeu para Joe Biden. Há ainda uma investigação avançada na Geórgia por pressionar autoridades locais a "encontrar" votos a seu favor. Não que isso importe para a maioria do eleitorado republicano: 75% dizem que Trump "só estava exercendo seu direito de contestar a eleição", e 71% querem que o partido defenda Trump das acusações.
O ex-presidente tem apoio em todas as fatias com inclinação republicana, abrindo margem mínima para seus adversários, na pesquisa do New York Times. Tem ampla vantagem entre homens (55%), mulheres (53%), brancos (53%), negros (44%) e hispânicos (68%) e vai melhor que os rivais mesmo nas faixas tradicionalmente menos conservadoras e até entre eleitores de 18 a 29 anos (59%) --entre os que têm de 30 a 34, atinge 41%. O mesmo cenário se dá entre os que moram em cidades (66%) em relação aos que vivem em subúrbios (49%).
A pesquisa NYT/Siena ouviu por telefone 1.329 eleitores americanos em todo o país entre 23 e 27 de julho. A margem de erro é de 3,6 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa não considera o sistema de Colégio Eleitoral americano, em que o candidato vence a eleição de acordo com o peso do estado, proporcional à sua população.
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