SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um forte terremoto atingiu o Marrocos na noite desta sexta-feira (8) e matou pelo menos 296 pessoas, de acordo com dados oficiais que atualizaram as projeções anteriores. O abalo derrubou prédios e causou pânico entre os moradores, que fugiram de suas casas em várias cidades do país.

Segundo o Ministério do Interior, o número de vítimas é preliminar e pelo menos 153 pessoas ficaram feridas.

O terremoto ocorreu em Ighil, no Alto Atlas, cerca de 70 quilômetros a sudoeste de Marrakech, a uma profundidade de 18,5 quilômetros, às 23h11 no horário local (19h11 do horário de Brasília). Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram destroços caindo em becos estreitos e objetos sendo derrubados de prateleiras.

"A terra tremeu por cerca de 20 segundos. As portas se abriram e fecharam sozinhas enquanto eu descia correndo do segundo andar", disse Hamid Afkir, professor em uma área montanhosa a oeste do epicentro, perto da cidade de Taroudant.

A vice-governadora do Ceará, Jade Romero, e o vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, estavam em Marrakech com suas respectivas comitivas para o Encontro Mundial de Geoparques. "Toda nossa comitiva do Governo do Estado do Ceará está bem e em local seguro", afirmou Romero pelo X, antigo Twitter. A equipe de Souza também está protegida e deve retornar neste sábado (9), de acordo com a assessoria do político.

O sistema do Serviço Geológico dos Estados Unidos, que fornece avaliações preliminares sobre o impacto de terremotos, emitiu um alerta laranja para perdas econômicas, estimando que danos significativos são prováveis.

"A população nessa região vive em estruturas altamente vulneráveis a abalos sísmicos", afirmou o serviço, que estimou a magnitude do terremoto em 6.8. O centro geofísico do Marrocos, por sua vez, disse que o terremoto teve magnitude de 7.2.

Na cidade antiga de Marrakech, um Patrimônio Mundial da Unesco densamente povoado, casas desabaram. As pessoas estavam trabalhando para remover manualmente os escombros enquanto aguardavam equipamentos pesados, disse à Reuters Id Waaziz Hassan, um morador.

Imagens do muro da cidade medieval mostravam grandes rachaduras e partes que haviam colapsado e deixado escombros espalhados pela rua.

Outro morador de Marrakech, Brahim Himmi, disse que viu ambulâncias saindo da cidade antiga e muitas fachadas de prédios danificadas. Ele afirmou também que as pessoas estavam assustadas e permaneciam do lado de fora, caso houvesse réplicas.

Pessoas em Rabat e na cidade costeira de Imsouane também fugiram de suas casas com medo de um terremoto mais forte, segundo testemunhas da Reuters.

Montasir Itri, morador da vila de Asni, perto do epicentro, disse que a maioria das casas foi danificada. "Nossos vizinhos estão sob os escombros e as pessoas estão trabalhando duro para resgatá-los usando os meios disponíveis", disse ele.

Um funcionário local disse à Reuters que a maioria das mortes ocorreu em áreas montanhosas de difícil acesso ?as autoridades do Marrocos não divulgaram imediatamente nenhuma declaração oficial sobre mortes ou danos. Por isso, ainda há divergências no número de vítimas: o site de notícias local Goud.ma, por exemplo, relatou que até 50 pessoas morreram, citando autoridades não identificadas.

Marrocos frequentemente experimenta terremotos em sua região norte devido à sua localização entre as placas africana e euroasiática. Em 2004, pelo menos 628 pessoas morreram e 926 ficaram feridas quando um terremoto atingiu Alhucemas, no nordeste do país.

Em 1980, o terremoto em El Asnam, na Argélia, com uma magnitude de 7,3, foi um dos terremotos mais destrutivos da história contemporânea. Resultou na morte de 2.500 pessoas e deixou pelo menos 300 mil pessoas desabrigadas.


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