SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao menos 56 pessoas morreram e outras 37 ficaram feridas em um incêndio em um prédio residencial em Hanói, capital do Vietnã, na madrugada desta quarta-feira (13). Entre as vítimas estão crianças, mas não foi detalhado o número de menores de idade.

De acordo com as poucas informações fornecidas pela agência de notícias estatal, a VNA, as chamas começaram a se espalhar ainda durante a noite de terça-feira (12) no horário local. O edifício de nove andares tinha cerca de 150 moradores, a maioria famílias e estudantes.

À imprensa oficial um porta-voz do Hospital Universitário de Hanói, para onde foram levadas as vítimas, disse que muitos apresentavam ferimentos múltiplos não apenas pelo fogo, mas também por terem saltado das janelas na tentativa de escapar do incêndio.

"Estávamos dormindo quando, de repente, sentimos muito calor e vimos que já não havia energia elétrica", disse à agência AFP Nguyen Thi Minh Hong, 34, que escapou das chamas após se refugiar em um dos quartos do apartamento com os dois filhos pequenos e colocar uma toalha molhada em seus rostos para amenizar o efeito da fumaça.

As chamas atingiram a maior parte do prédio, e bombeiros tiveram dificuldade de acessar o local devido às características da rua, estreita e movimentada. Hanói é conhecida por suas vielas que formam espécies de labirinto e são mais fáceis de transitar com veículos de pequeno porte, não com caminhões como os usados pelas equipes de resgate.

O Ministério da Segurança Pública vietnamita afirmou que a polícia deteve o proprietário do edifício, Nghiem Quang Minh, sob suspeita de violar os regulamentos locais de prevenção de incêndios. Uma investigação foi aberta para apurar o caso.

O primeiro-ministro Pham Minh Chinh visitou o local horas após o incêndio. Segundo divulgou o governo, ele pediu que sejam concluídos o mais rápido possível os regulamentos que estabelecem critérios anti-incêndios em edifícios de apartamentos de pequeno porte em áreas residenciais densamente povoadas.

O Vietnã registrou vários incêndios com números altos de mortos nos últimos anos, e os casos aumentaram suspeitas sobre falta de aplicação de regras de segurança. Um incêndio em um bar de karaokê perto da cidade de Ho Chi Minh há um ano deixou 32 mortos. O incêndio desta quarta pode ser um dos mais letais da última década no país.

O episódio ocorre apenas dois dias após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, encerrar uma visita que fez à nação asiática para estreitar parcerias estratégicas visando a diminuir a influência da China, com quem Washington trava a chamada Guerra Fria 2.0.

Em um recado velado a Pequim, autoridades dos dois países divulgaram comunicado em que fazem um alerta contra o que chamam de "ameaças e uso da força" no disputado mar do Sul da China.

Entre os feitos mais importantes de sua passagem pelo país, Biden assinou um acordo de associação estratégica na economia e na tecnologia com destaque para o setor de semicondutores, cadeia que hoje configura um dos principais pontos de tensão com Pequim.

A Casa Branca afirmou após a visita do líder americano que o Vietnã tem capacidade de desempenhar um papel fundamental na criação de cadeias sólidas de abastecimento de semicondutores --em outras palavras, de torná-los menos dependentes da China nessa área.


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