WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Os prováveis candidatos à Casa Branca no próximo ano, o democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump, enfrentam, cada um, obstáculos muito específicos para ganhar o apoio dos eleitores.

Mais da metade dos americanos dizem se preocupar, de um lado, com a saúde mental e física do atual presidente, e, de outro, com os processos criminais contra o ex-líder, mostra uma pesquisa da NBC divulgada neste domingo (24).

Para 59% dos eleitores, a saúde de Biden, 80, é uma grande preocupação --apenas 14% dizem que não veem as condições dele como um problema.

Embora Trump seja apenas três anos mais novo que o democrata, a preocupação com sua saúde mental e física é muito menor: apenas 34% dizem temer que ele pode não ter condições de presidir os EUA por um segundo mandato.

No caso do republicano, o principal problema são os processos criminais e civis dos quais ele é alvo na Justiça. Para 52%, os reveses jurídicos são fonte de grande preocupação. Outros 28% não relatam qualquer incômodo.

Das quatro ações criminais contra Trump, duas o acusam de tentar reverter a derrota nas urnas em 2020, uma terceira versa sobre o armazenamento ilegal de documentos confidenciais, e um quarto trata de fraudes contábeis nos registros empresariais envolvendo pagamentos para silenciar uma atriz pornô que alega ter tido um caso com o ex-presidente.

Embora não exista nenhuma acusação formal contra Biden, um potencial envolvimento ou mesmo apenas ciência do presidente quanto aos negócios suspeitos de seu filho, Hunter, também geram preocupação para 45% dos eleitores. As relações de Hunter com empresas estrangeiras foram o ponto de partida para uma investigação de republicanos no Congresso contra Biden, baseando a abertura de um processo de impeachment neste mês.

O líder da Câmara, o republicano Kevin McCarthy, instaurou a investigação unilateralmente, sem abrir para votação no plenário da Câmara -temendo não ter votos para isso. Segundo a pesquisa da NBC, essa resistência ocorre também entre eleitores: 56% se dizem contrários ao processo de impeachment, enquanto 39% se dizem a favor.

Esse dado é praticamente o único positivo para a Casa Branca no levantamento, já que outros achados mostram uma desaprovação recorde da Presidência de Biden (56%), especialmente em temas prioritários para o democrata, como economia (desaprovação de 59%) e política externa (de 53%).

A chamada "Bidenomics" --termo inicialmente cunhado por críticos do presidente, mas posteriormente ressignificado por Washington-- é a principal bandeira da campanha pela reeleição de Biden. A ideia é propagandear a criação de empregos, o aumento da renda e os grandes projetos de infraestrutura -no entanto, para o eleitor, o que ainda pesa mais no bolso é a disparada da inflação.

No cenário em que Biden enfrenta Trump na corrida eleitoral, os dois empatam com 46% das intenções de voto. Na pesquisa anterior, realizada em junho, esses percentuais eram 49% e 45%, respectivamente --ainda um empate, considerada a margem de erro.

A pesquisa da NBC ouviu mil eleitores entre os dias 15 e 19 de setembro. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos.

A pesquisa também testou cenários com outros pré-candidatos republicanos. No caso de Ron DeSantis, em segundo lugar na preferência dos eleitores do partido, Biden tem 46% das intenções de voto e o governador da Flórida, 45%.

Já Nikki Haley, ex-embaixadora dos EUA nas Nações Unidas durante o governo Trump, chega a 46% contra 41% do democrata. Pessoas próximas da Casa Branca já disseram que a republicana é a potencial adversária que mais preocupa Biden.


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