SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente do Parlamento do Canadá, Anthony Rota, renunciou ao cargo nesta terça-feira (26) após ser alvo de críticas por homenagear um ex-integrante de uma unidade militar nazista durante uma sessão na Câmara com a presença do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

Rota disse aos legisladores que cometeu um erro ao convidar o ex-soldado. "Aquela reconhecimento público causou dor a indivíduos e comunidades, incluindo a comunidade judaica no Canadá e ao redor do mundo. Aceito total responsabilidade por minhas ações", disse Rota, membro do partido Liberal no poder, acrescentando que sua renúncia entrará em vigor na quarta-feira (27). Até então, um vice-presidente assumirá o cargo.

O episódio ocorreu na última sexta-feira (22), quando o presidente ucraniano participou de uma sessão na Câmara dos Comuns do Canadá, em Ottawa, ao lado do premiê Justin Trudeau. Em um dado momento, Anthony Rota destacou a presença na plateia de Iaroslav Hunka, 98.

A posição do presidente rapidamente se tornou insustentável depois que foi revelado que Hunka, que recebeu aplausos de pé dos parlamentares, havia servido na Divisão Galícia, ou 14ª Divisão de Granadeiros das Waffen-SS, o braço militar das notórias tropas de assalto nazistas, a vanguarda ideológica do regime de Adolf Hitler (1889-1945).

O incidente contribuiu para a narrativa promovida pelo presidente russo Vladimir Putin de que ele enviou seu exército para a Ucrânia no ano passado para "desmilitarizar e desnazificar" o país, uma acusação que Kiev e aliados ocidentais consideram infundada.

A polêmica ajudou a manchar a visita de Zelenski, que agradeceu ao Canadá pelos bilhões de dólares em ajuda e armas fornecidos desde a invasão russa em fevereiro de 2022.

A ministra das Relações Exteriores, Melanie Joly, disse anteriormente que Rota deveria renunciar, enquanto o primeiro-ministro Justin Trudeau pediu que ele refletisse sobre seu futuro. Embora os partidos de oposição tenham culpado o que chamaram de falhas do governo liberal de Trudeau pelo incidente, Rota disse que assumia a responsabilidade exclusiva pelo que havia acontecido.


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