SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O papa Francisco criticou o que chamou de flautistas de Hamelin em entrevista publicada nesta terça-feira (16), sem citar nominalmente o candidato à Presidência da Argentina Javier Milei. Ele disse temer pessoas como essas, que "encantam as pessoas, e terminam afogando-as".

"Tenho muito medo desses flautistas de Hamelin porque são encantadores. Se fossem de serpentes, não me importaria, mas são encantadores de gente e terminam afogando-as", disse ele à agência argentina Telám.

"Há gente que acredita que é possível sair de uma crise dançando ao som da flauta, com salvadores que surgiram de um dia para o outro. Não, a crise deve ser assumida e superada, sempre para cima", disse Papa Francisco.

O papa fez referência ao conto infantil "O Flautista de Hamelin", em que um flautista mágico hipnotiza ratos e crianças com a sua música.

Sua Santidade também negou ser "comunista". "Às vezes, quando me escutam dizer as coisas nas encíclicas sociais, dizem que o papa é comunista. Não é isso. O papa segue o Evangelho e diz o que diz o Evangelho", respondeu.

Milei fez ataques ao papa Francisco, dizendo que ele tem "afinidade com comunistas assassinos". Líder nas pesquisas eleitorais, o candidato de extrema-direita pediu desculpas depois, durante um debate com seu rival nas urnas, Sergio Massa.


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