SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) lamentou nesta quarta-feira (18) o ataque a um hospital na Faixa de Gaza, que teria deixado 471 mortos.
Lula afirmou que o ataque ao hospital Al-Ahly Arab é uma "tragédia injustificável". A maioria das vítimas são mulheres e crianças, afirmou o Ministério da Saúde da Palestina.
"Guerras não fazem nenhum sentido. Vidas perdidas para sempre. Hospitais, casas, escolas, construídas com tanto sacrifício destruídas em instantes. Os inocentes não podem pagar pela insanidade da guerra", disse o Presidente Lula no X (antigo Twitter).
O Hamas apontou Israel como responsável pelo ataque e chamou o ato de "genocídio". O país, por sua vez, acusou a Jihad Islâmica, que também negou envolvimento.
Lula também refez um apelo por uma intervenção humanitária internacional em Gaza. "Lancemos mão de todos os recursos para pôr fim à mais grave violação aos direitos humanos no conflito no Oriente Médio".
Ele também afirmou ser "urgente" um cessar-fogo para a retirada de civis de áreas de conflito. O governo negocia há dias a saída de um grupo de brasileiros de Gaza pela fronteira do Egito.
O Brasil, que preside o Conselho de Segurança da ONU, apresentou uma proposta sobre o conflito Israel-Hamas. O texto será votado nesta quarta-feira (18).
No texto, o Brasil deve propor uma "pausa" na guerra para atendimento humanitário, e não um cessar-fogo, para evitar o veto de países como os EUA. O número de palestinos mortos na guerra é 3.478. Em Israel, segundo o governo, são mais de 1.400 mortos e pelo menos 200 reféns.
HAMAS ACUSA ISRAEL PELO ATAQUE
O Hamas e a Autoridade Palestina acusaram Israel pelo ataque. O país nega. O Hospital Al-Ahly Arab está no centro da cidade de Gaza e tinha, além de pacientes e profissionais de saúde, diversas pessoas deslocadas dentro de Gaza, que procuraram o local como um ponto seguro.
O hospital Al-Ahly Arab estava na lista de evacuações ordenadas por Israel -um ato criticado pela ONU.
"O hospital era um dos 20 no norte da Faixa de Gaza que estavam recebendo ordens de evacuação dos militares israelenses. A ordem de evacuação foi impossível de ser cumprida devido à insegurança atual, à condição crítica de muitos pacientes e à falta de ambulâncias, equipe, capacidade de leitos do sistema de saúde e abrigo alternativo para os deslocados", diz trecho da nota da OMS.
Atacar deliberadamente hospitais é considerado um crime de guerra, segundo o Estatuto de Roma. "Conduzir intencionalmente ataques contra edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou fins de caridade, monumentos históricos, hospitais e locais onde os doentes e feridos são recolhidos, desde que não sejam objetivos militares", diz o Artigo 8 do Estatuto.
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