SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Centenas de policiais foram mobilizados para as operações de busca, nesta quinta-feira (26), pelo atirador que matou ao menos 18 pessoas na cidade de Lewiston, no estado do Maine, nos Estados Unidos. Autoridades impuseram um lockdown no município, enquanto o criminoso, que estaria armado e foi descrito como perigoso, continua foragido.

O massacre, um dos mais letais no país nos últimos, aconteceu na noite desta quarta (25) em um restaurante e em uma pista de boliche. Autoridades locais chegaram a afirmar que 22 pessoas haviam sido mortas, mas o número foi revisado horas depois. O crime, cuja motivação continua desconhecida, deixou 13 pessoas feridas.

Depois de ser informado sobre os crimes, o presidente americano, Joe Biden, saiu de um jantar em homenagem ao premiê australiano para entrar em contato com as autoridades do Maine e oferecer apoio do governo federal, segundo a Casa Branca.

Nesta quinta, Biden afirmou que a nação está de luto após "mais um tiroteio em massa sem sentido e trágico". Assim como nos últimos episódios do gênero, ele instou os republicanos no Congresso a ajudarem a promulgar leis mais rigorosas sobre armas de fogo. Os EUA têm mais armas que habitantes ?um adulto em cada três possui ao menos uma arma.

"Muitos americanos agora tiveram um membro da família morto ou ferido como resultado da violência armada. Isso não é normal e não podemos aceitar", disse o presidente.

Sem considerar os suicídios, mais de 15 mil pessoas morreram devido à violência com armas de fogo desde o início de 2023 no país. Os esforços feitos por Biden para adotar leis mais severas de controle de armamentos esbarram na oposição de parlamentares republicanos, defensores ferrenhos do direito constitucional ao porte de armas. A paralisação política prossegue, apesar da indignação diante dos ataques recorrentes.

A polícia de Lewiston publicou imagem do suspeito, Robert Card, 40. Ele aparece segurando o que parece ser um rifle de longo alcance, não incomum em massacres recentes no país. Segundo a rede CNN, que cita autoridades de segurança, o homem é reservista do Exército e instrutor de tiros certificado.

"Nossos hospitais não estão equipados para lidar com este tipo de tiroteio", afirmou o vereador local Robert McCarthy. Lewiston é a segunda cidade mais populosa de Maine, com cerca de 38 mil pessoas, e está localizada a cerca de 800 km a nordeste de Washington. As autoridades pediram aos moradores que fiquem em suas casas.

O hospital Central Maine Medical Center afirmou que sua equipe estava "reagindo a um episódio de atirador em massa com múltiplas vítimas" e estava em contato e coordenação com outros hospitais da região para receber os pacientes.

"Temos literalmente centenas de policiais trabalhando em todo o estado para investigar o caso e para localizar o senhor Card", afirmou o secretário de Segurança Pública do Maine, Mike Sauschuck. Agentes do FBI, a polícia federal americana, também participam das operações de busca.

As fotos divulgadas pela polícia mostram que o suspeito é um homem branco e de barba. Nas imagens, ele aparece com uma jaqueta marrom e uma calça azul, apontando uma arma. Sauschuck disse que a polícia encontrou uma caminhonete branca abandonada, que seria do criminoso, na cidade de Lisbon, a pouco mais de 10 quilômetros de Lewiston.

Card teria sido internado neste ano em um centro de saúde mental, segundo a agência de notícias Reuters. Os motivos da hospitalização não estão claros, mas testemunhas relatam que o homem dizia ouvir vozes em momentos de crise.

O primeiro ataque aconteceu na pista de boliche, onde ao menos sete pessoas foram assassinadas. Justin Juray, proprietário do estabelecimento, afirma que havia cerca de 100 a 150 pessoas no local, incluindo 20 crianças, no momento em que o agressor entrou atirando com um rifle.

Depois, o criminoso foi ao restaurante. Testemunhas relatam ainda um tiroteio em um centro logístico de um supermercado, mas as autoridades não confirmaram a informação. "É uma situação devastadora. Nunca vivemos algo assim", disse Cynthia Hunter, que mora em Lewiston desde 2012. As escolas públicas cancelaram as aulas nesta quinta.

A população do pequeno estado do Maine é pouco acostumado a ver muitos homicídios. Segundo dados do CDC, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, o estado registrou uma taxa de homicídios de 1,7 para cada 100 mil habitantes em 2021, o que fez do Maine a terceira menor taxa entre os 50

Reprodução/ FOLHAPRESS - Centenas de policiais procuram atirador que matou 18 nos EUA

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