SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Comando Indo-Pacífico dos Estados Unidos divulgou nesta quinta (26) mais um vídeo mostrando uma quase colisão entre um caça chinês e uma aeronave americana. Desta vez, o J-11 de Pequim passou a meros 3 metros de bombardeiro estratégico B-52H, um raspão em termos aeronáuticos.

O incidente ocorreu na terça (24) à noite, sobre o mar do Sul da China, um dos principais focos de atrito no Pacífico Ocidental. Pequim considera suas águas territoriais 85% daquela região, o que é contestado por vizinhos e pelos EUA, que com frequência enviam navios de guerra e aeronaves para patrulhar o que chamam de zonas de livre navegação.

O vídeo mostra o caça, versão chinesa do russo Sukhoi Su-27, se aproximando rapidamente e usando o freio aerodinâmico para tentar controlar a velocidade. "O piloto voou de forma insegura e não profissional, colocando as duas aeronaves em risco de colisão. Achamos que o piloto não sabia o quão perto ele estava", afirmou o comando.

Segundo os americanos, o risco foi exacerbado pelo fato de que era noite e a visibilidade, limitada. O caça voou à frente e dos lados do grande bombardeiro, que é empregado em ataques nucleares e convencionais. Não é a primeira vez que os EUA se queixam disso, ao contrário: no dia 17 passado, o Departamento de Defesa divulgou uma compilação de ocorrências semelhantes. Pequim não respondeu.

Incidentes em interceptações têm se tornado muito comuns em todos os pontos disputados no mundo, e observadores militares creem ser questão de tempo para que algo mais sério ocorra --como a queda de um caça chinês após abalroar um avião-espião americano, que conseguiu pousar, em 2012.

No mar Negro, próximo ao teatro de operações da Guerra da Ucrânia, um caça russo Su-27 derrubou um drone americano Reaper no começo deste ano, e quase ocorreu o mesmo nos céus da Síria em algumas ocasiões.

Voos com bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear russos, como os Tu-95, são comuns ao norte da Europa e no Pacífico, onde a parceria entre Moscou e Pequim fez crescer o número de patrulhas conjuntas dos dois países.

As potências se testam rotineiramente, checando a prontidão e rapidez de resposta dos rivais enviando aeronaves para áreas próximas do espaço aéreo adversário, como ocorre semanalmente entre forças da China em torno de Taiwan. Nesta semana, os EUA testaram no mesmo dia as capacidades russas no mar Negro, com um drone, e no mar Báltico, com dois bombardeiros estratégicos B-1B.


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