BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Mauricio Macri, que comandou a Argentina entre 2015 e 2019, quebrou o silêncio e tentou conter a crise que se instalou na sua coalizão de oposição Juntos pela Mudança, de direita e centro-direita, desde que o peronista Sergio Massa triunfou no primeiro turno e que sua candidata Patricia Bullrich decidiu apoiar o ultraliberal no segundo turno.

"É preciso mudar, e hoje quem lidera a mudança é Milei. Temos que ter a humildade de reconhecer que as pessoas optaram por Milei. Temos que apoiar sem [pedir] nada em troca. O eixo da mudança é o mais importante. As diferenças já foram dadas, se seguirá discutindo no Congresso", afirmou ele à rádio local Mitre nesta sexta (17).

"É o único caminho que a Argentina tem hoje, continuar com os mesmos é nos resignar à pobreza, ao que temos vivido", continuou, saindo em defesa de sua aliança: "Juntos por el Cambio não se desfez, pelo menos não o que eu fundei. É o mesmo, com seus problemas, com seus conflitos internos. Segue estando aí e está diante de uma nova encruzilhada".

Bullrich, que ficou em terceiro nas eleições do último domingo (22) com 23,8% dos votos, declarou apoio a Milei dois dias depois, após um encontro na noite de terça com o candidato rival e com Macri. A expectativa é que ela impulsione a candidatura do ultraliberal numa tentativa de derrotar o kirchnerismo, representado por Massa.

"Ela, com sua visão e realidade, confirmou algo que eu concordo: somos a mudança ou não somos nada. Acreditamos que continuar com essa cultura de poder obscura na Argentina nos levará a mais pobreza, exclusão e continuará fazendo com que nossos jovens vão embora", afirmou Macri nesta sexta.


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