SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ministério da Saúde em Gaza, controlado pelo Hamas, disse que dezenas de palestinos foram mortos e feridos nesta sexta-feira (3) em um ataque contra um comboio de ambulâncias. Os veículos haviam deixado o hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza.
O porta-voz da pasta, Ashraf Al-Qudra, disse que vítimas gravemente feridas precisam ser transferidas de forma urgente da Cidade de Gaza para o sul do território palestino e, de lá, para o Egito.
Em um vídeo da AFPTV no local, pode-se ver diversos corpos e pessoas feridas ao lado de uma ambulância danificada. As imagens também mostram civis carregando feridos ensanguentados. Outras pessoas estão deitadas no chão, possivelmente lançadas contra carros estacionados na beira da estrada pela força da explosão.
Em um comunicado emitido horas após as explosões, as Forças de Defesa de Israel confirmaram a autoria do ataque, ressaltando que o centro de Gaza é uma "zona de batalha" e que os civis ali presentes devem evacuar o local em direção ao sul do território.
"Uma aeronave das FDI atingiu uma ambulância que foi identificada pelas forças como sendo usada por uma célula terrorista do Hamas nas proximidades de sua posição na zona de batalha", diz o comunicado. "Temos informações que demonstram que o método de operação do Hamas consiste em transferir agentes terroristas e armas em ambulâncias."
O grupo islamita, por sua vez, negou veementemente que esteja "travando uma guerra a partir de hospitais", como acusou o exército israelense em 27 de outubro.
Anteriormente, o porta-voz do Exército israelense, Richard Hecht, disse aos repórteres que "há situações em que [os comandos do Hamas] usam um veículo civil para transportar terroristas". "Não disparamos contra ambulâncias e hospitais se sabemos que são apenas civis e fazem o que devem fazer", acrescentou.
De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, 16 dos 35 hospitais da Faixa de Gaza não estão funcionando, alguns porque foram bombardeados e outros porque não possuem combustível para seus geradores. Há duas semanas, uma explosão no estacionamento de um hospital de Gaza disparou intensa controvérsia ainda não resolvida acerca de sua autoria e do número de vítimas, inicialmente estimadas na casa das centenas.
Desde quinta (2), segundo informações do Exército de Israel, as forças terrestres do país "cercaram completamente a cidade de Gaza". Na Cisjordânia, o escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas descreveu a situação como alarmante, afirmando que as forças israelenses estão cada vez mais usando táticas militares e armas em operações no território.
Nesta sexta-feira (3), um dia após o presidente americano Joe Biden adotar um tom mais cauteloso em relação ao conflito, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken voltou à Israel pela segunda vez para pressionar os líderes do país a realizar pausas humanitárias na guerra.
A Casa Branca, entretanto, afirmou que qualquer pausa nos combates deve ser temporária e localizada, e rejeitou os pedidos de cessar-fogo total na guerra, agora em seu 28º dia, feitos por países árabes e várias outras nações.
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