SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump compartilhou neste domingo (19) uma foto do recém-eleito presidente argentino Javier Milei com uma bandeira americana Gandsen, símbolo de uma das milícias americanas mais tradicionais e hoje ligada à extrema direita no país.

Trump comemorou a eleição do argentino em seu perfil no Truth Social, rede social que ele inaugurou após ter sido expulso de outras plataformas, acusado de espalhar informações falsas e incitar uma revolta ao ser derrotado na eleição à Casa Branca em 2020.

Na publicação, o republicano escreveu "faça a Argentina grande de novo", uma adaptação de seu bordão usado nas campanhas à Presidência americana.

Na foto compartilhada por Trump, Milei aparece atrás de uma bandeira amarela com a ilustração de uma cobra cascavel e a frase "don't tread on me" ?"não pise em mim", em português.

A bandeira é um símbolo cada vez mais ligado ao ultraconservadorismo dos EUA e seguiu popular entre apoiadores de Trump mesmo após sua derrota em 2020, tendo sido vista nas mãos dos invasores do Capitólio no 8 de janeiro.

O emblema foi criado pelo político e general Christopher Gadsden em 1775, durante a Guerra de Independência americana. À época, foi usado pela Marinha Continental, estabelecida por George Washington em meio ao conflito.

Nos EUA, as milícias não são, como no Brasil, um movimento paramilitar ilegal. Elas existem com base na Segunda Emenda da Constituição. O texto, que foi ratificado em 1791, diz: "Sendo necessária uma milícia bem ordenada para a segurança de um Estado livre, o direito do povo a possuir e portar armas não poderá ser violado".

No entanto, seu sentido foi, ao longo dos anos, apropriado por movimentos da extrema direita, que defende direitos conservadores e liberais.


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