SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O líder do maior partido de oposição da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, deixou a UTI nesta quinta-feira (4), dois dias após ser esfaqueado no pescoço durante uma visita à cidade portuária de Busan, no sul do país. Médicos disseram que ele se recupera bem, mas precisa de monitoramento para evitar complicações.
Lee teve de passar por uma cirurgia para recuperar uma veia que foi lesionada. O político sofreu "uma perfuração de 1,4 centímetro que cortou também o músculo", segundo o médico Min Seung-kee, que o operou em Seul. Ele acrescentou que "foram encontrados surtos de hemorragia" no pescoço do líder.
Embora tenha recebido alta, o político vai precisar de observação contínua nos próximos dias pois a lesão na veia jugular foi "difícil de reparar" e as complicações pós-cirúrgicas não podem ser descartadas, de acordo com Min. "Felizmente ele está se recuperando bem", reforçou o cirurgião.
Lee foi atacado por um homem de 66 anos enquanto respondia a perguntas de repórteres no canteiro de obras de um aeroporto em Busan. O ataque chocou o país e foi condenado tanto pelo partido do líder opositor quanto por seus rivais. O caso ainda estimulou debates sobre a segurança dos políticos, apesar dos rígidos controles de armas no país.
O líder opositor foi levado para um hospital em Busan e depois transferido para Seul, onde foi submetido a uma cirurgia de quase duas horas. O ataque "cortou cerca de 60% de sua veia jugular interna", disse Min. "Felizmente não há sinais de danos na artéria, nervo cerebral, garganta, ou vias respiratórias."
O agressor, que segundo investigações preliminares tem histórico de opiniões políticas extremistas, é acusado de tentativa de homicídio. Ele foi detido ainda no local do ataque. Um juiz do tribunal de Busan disse que irá estender o mandado de prisão contra o homem, identificado apenas como Kim, que permanecerá detido.
Segundo a agência sul-coreana Yonhap, Kim trabalhava como corretor de imóveis na província de South Chungcheong, ao sul de Seul. Ele estaria enfrentando dificuldades financeiras e não conseguia pagar o aluguel de seu escritório há sete meses, segundo pessoas que o conhecem.
Na quarta, um parlamentar do partido de Lee disse que ele "escapou por pouco da morte". "A equipe médica em Busan afirmou que, se a faca do agressor tivesse alcançado a artéria carótida, ele teria morrido instantaneamente", declarou Jung Chung-rae durante uma reunião do Partido Democrata.
Lee é líder do Partido Democrata, principal força de oposição ao governo do atual presidente, Yoon Suk-yeol, do conservador Partido do Poder Popular. Os dois se enfrentaram nas eleições presidenciais do país em 2022, quando Lee perdeu de Yoon por uma diferença de menos de 250 mil votos ?o país tem cerca de 51 milhões de habitantes.
O político lidera o Partido Democrata desde agosto de 2022. As próximas eleições parlamentares na Coreia do Sul estão marcadas para abril.
Embora haja restrições rigorosas à posse de armamentos de fogo, o país tem uma história de violência política envolvendo outros tipos de armas. Song Young-gil, também do Partido Democrata, foi atacado em 2022 em um evento público e sofreu lacerações decorrentes do episódio. Park Geun-hye, que em 2013 se tornaria presidente, foi atacada em um evento em 2006 por um agressor com uma faca e sofreu um corte no rosto que exigiu cirurgia.
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