SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um franqueado da gigante de fast food McDonald's de Pittsburgh, estado da Pensilvânia, nos EUA, concordou em pagar cerca de R$ 22 milhões (US$ 4,4 milhões) a uma adolescente abusada sexualmente por um gerente que era um criminoso sexual fichado.

O acordo foi anunciado na segunda-feira (5). O documento celebrado entre a menina, que tinha 14 anos na época da agressão sexual em 2021, e a franqueada do McDonald's Rice Enterprises LLC, indeniza a vítima pelo ataque realizado por Walter A. Garner no banheiro do restaurante. Garner, hoje com 44 anos, já havia cumprido pena de prisão por agredir sexualmente uma menina de 10 anos e, mesmo assim, trabalhava como gerente da unidade.

Suspeito confessou o crime. Garner se declarou culpado em 2021 de agressão sexual, atentado ao pudor e outras acusações pela violência praticada na loja do McDonald's e está cumprindo pena em uma prisão estadual. A informação é da Associated Press, que solicitou um posicionamento da defensoria a respeito do caso.

Caso gerou protestos. O processo ajudou a desencadear uma greve de trabalhadores em 12 cidades dos EUA em outubro de 2021, um esforço para fazer com que a empresa abordasse melhor o que os funcionários descreveram como um "problema contínuo de assédio sexual e violência nas lojas McDonald's".

Vítima sofreu assédio dentro do restaurante. A funcionária que ganhou a causa tinha 14 anos quando começou a trabalhar num McDonald's em Bethel Park, região de Pittsburgh, em outubro de 2020. Ela disse que não tinha informações sobre o que era assédio sexual ou sobre como denunciá-lo. Garner fez comentários sexuais direcionados a ela e tocou-a inadequadamente antes da agressão sexual ocorrida no banheiro, em meados de fevereiro de 2021, segundo o processo.

Suspeito demitido. Por meio de um porta-voz do McDonald's, a Rice Enterprises disse que demitiu Garner assim que soube das acusações contra ele em 2021. E que redobrou esforços para garantir uma experiência positiva e respeitosa para todos os funcionários, além de manter uma política de tolerância zero para qualquer tipo de assédio.

Outra denúncia gerou prisão. O ex-gerente foi preso em abril de 2021 depois que outra funcionária do McDonald's contou aos administradores da unidade sobre seu comportamento e a polícia foi chamada.

O advogado Alan Perer, que representa a menina e os pais no processo, questiona como um agressor sexual pode ter sido contratado para cuidar de meninas em idade escolar. "Isso transforma o melhor primeiro emprego da América em um pesadelo para essas adolescentes", afirmou em um comunicado.

"O fato de uma empresa permitir que um criminoso sexual conhecido tenha acesso e controle sobre adolescentes transforma o melhor primeiro emprego da América em um pesadelo para esses adolescentes", disse Alan Perer, advogado da vítima.

O McDonald's classificou o ataque à menina como "profundamente preocupante", e ressaltou, em um comunicado, que a violência e o assédio sexual são "completamente inaceitáveis". A empresa disse que está comprometida em fornecer aos franqueados recursos de treinamento para prevenir o assédio.


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