SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - O FBI -a Polícia Federal americana- anunciou nesta quinta-feira (15) ter interrompido uma operação de espionagem da Rússia que hackeou mais de 1.000 roteadores instalados em residências e pequenos negócios nos Estados Unidos e na Europa. A ação contou com a ajuda de aliados no exterior, segundo o Departamento de Justiça.
O FBI diz que Rússia hackeou roteadores para espionar EUA e aliados. De acordo com o diretor do FBI, Christopher Wray (foto acima), a operação foi conduzida pelo Departamento Central de Inteligência russo (GRU) e atingiu mais de mil roteadores domésticos e de pequenos negócios. A rede também era usada para espionar aliados dos EUA na Europa.
Agência russa usou software específico para se infiltrar nos aparelhos. O malware Moobot foi instalado nos roteadores e usado pelo GRU para transformá-los em uma "plataforma global de espionagem cibernética", segundo o Departamento de Justiça. A operação mirava "alvos de inteligência" de interesse do governo russo, como organizações militares e de segurança dos EUA e seus aliados.
Ordem judicial permitiu ao FBI bloquear os roteadores hackeados. A operação, que contou com o apoio de parceiros estrangeiros, conseguiu expulsar os "espiões" dos roteadores e impedir que voltem a acessá-los no futuro, disse Wray em entrevista coletiva. Questionada pela emissora CNN, a embaixada da Rússia em Washington (DC) não comentou sobre o caso.
FBI agora trabalha para alertar vítimas. Em comunicado, o órgão informou que está em contato com provedores de internet para notificar as residências e pequenos negócios cujos roteadores foram afetados pela operação de espionagem.
ALERTA SOBRE AMEAÇA
Nesta quarta (14), congressista fez alerta sobre "ameaça à segurança nacional". Presidente do Comitê Permanente de Inteligência da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Turner disse ter compartilhado com os demais congressistas informações relativas a esta ameaça, sem dar mais detalhes sobre o caso.
Imprensa local disse que a ameaça tem relação com a Rússia. Fontes ouvidas pela emissora CNN disseram que as informações obtidas são "muito sensíveis" e se referem a uma competência "altamente preocupante e desestabilizadora" dos russos. Já a agência Reuters noticiou que o caso tem relação com a operação da Rússia no espaço, também segundo fontes.
Senadores disseram estar monitorando "rigorosamente" o caso. "Continuamos levando este assunto a sério e estamos discutindo uma resposta apropriada com o governo. Enquanto isso, precisamos ter cuidado para não divulgar fontes e métodos", disse um comunicado assinado por Mark Warner e Marco Rubio, presidente democrata e vice-presidente republicano do Comitê de Inteligência do Senado.
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