SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-ministro José Dirceu saiu em defesa de Lula (PT) em relação à crise diplomática com Israel.
Ele diz que a reação às falas de Lula, que comparou os ataques de Israel à Faixa de Gaza ao que Hitler fez quando "resolveu matar os judeus", não passa de hipocrisia.
"É uma hipocrisia sem tamanho discutir a frase de Lula em vez do que ocorre em Gaza, dos 700 mil colonos israelenses assentados ilegalmente na Cisjordânia e em vez de se debater a necessidade de um cessar-fogo e de uma negociação que leva à paz", afirmou ele à coluna.
"Israel precisa encarar as consequências de sua política de ocupação, apartheid e genocídio", segue Dirceu. "O que está acontecendo em Gaza é, sim, um genocídio e se compara, sim, às atrocidades nazistas. Lula não falou em Holocausto", diz.
Ele afirma que outro "absurdo" é definir as falas de Lula como antissemitas.
"Sempre que os israelenses ficam emparedados, como agora, eles invocam o antissemitismo para que não se discuta o essencial. Que, hoje, é a paz", segue Dirceu.
O ex-ministro afirma que, ao contrário do que dizem analistas, a crise diplomática do governo Lula com o governo de Binyamin Netanyahu não favorece o presidente israelense.
"A posição do Lula tem um peso extraordinário na opinião pública mundial", afirma o petista. "Além disso, o Bibi [Netanyahu] está isolado mundialmente. A opinião pública mundial está contra ele. A União Europeia já deu um basta, o [presidente norte-americano Joe] Biden está sofrendo um desgaste eleitoral enorme por causa do apoio que deu a Israel", afirma o ex-ministro.
Depois das declarações de Lula, no sábado (17), o governo de Israel convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, para uma reprimenda ao governo brasileiro.
Em resposta, Lula convocou Meyer para voltar ao Brasil para consultas.
A iniciativa é tomada por países para deixar clara a contrariedade com outra nação.
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