LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - A Justiça da Irlanda considerou que o brasileiro Diego Costa Silva, 35, matou e degolou a mulher, a também brasileira Fabíola de Campos Silva, 33, durante um surto psicótico e, por essa razão, não pode ser condenado pelo crime.
A decisão unânime dos jurados foi anunciada nesta sexta-feira (8) no Tribunal Central Criminal de Dublin. O resultado considerou o diagnóstico de insanidade apresentado por dois peritos forenses durante o julgamento. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do brasileiro.
Diego foi encaminhado para um hospital psiquiátrico, onde será avaliado antes de ser novamente apresentado à corte, em 22 de março. Segundo reportagem do Irish Times, o brasileiro, que não contou com a presença da família na audiência, chorou ao ouvir a sentença.
Durante o julgamento, iniciado na segunda-feira (4), dois peritos depuseram afirmando que Diego Costa Silva teve um surto psicótico e assassinou a esposa por pensar que ela estaria possuída por uma serpente que iria matá-lo.
Também de acordo com o Irish Times, os psiquiatras Brenda Wright e Mark Joynt afirmaram que o quadro não estava relacionado a intoxicação aguda por maconha, mas sim a "uma doença mais persistente de psicose induzida pela Cannabis".
Os médicos relataram que ele continuou a apresentar sintomas psicóticos nos 11 dias seguintes à prisão. De acordo com os especialistas forenses, o brasileiro não teria consciência da natureza de suas ações no momento do crime.
Tanto os advogados de defesa como os responsáveis pela acusação consideraram que o imigrante se qualificava para a atribuição de insanidade prevista pela legislação local.
O assassinato aconteceu em 4 de novembro de 2021, no apartamento do casal em Dublin. Juntos havia 15 anos, os dois moravam na Irlanda desde 2016.
Foi o próprio Diego quem ligou para a polícia, dizendo "eu acho que matei minha mulher". Ao chegarem ao local, as autoridades encontraram o cadáver de Fabíola, com perfurações a faca e outros sinais de agressão. O brasileiro tinha marcas de sangue nas roupas e no corpo.
Dois dias antes do crime, Diego já havia sido detido e encaminhado por policiais para ser avaliado em um hospital psiquiátrico. Ele fora interceptado por agentes enquanto caminhava descalço, vestindo apenas uma bermuda, no centro da capital irlandesa.
O brasileiro, porém, não acatou a recomendação de ser avaliado por especialistas e voltou para a casa.
Também no julgamento, um policial que atendeu a ocorrência afirmou que o brasileiro chegou a explicar a motivação do crime dizendo "às vezes você tem que decapitar alguém porque essa pessoa está possuída".
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