SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O empresário Horácio Lafer Piva, que foi um dos oradores do ato em defesa da democracia na Faculdade de Direito da USP, nesta quinta-feira (11), considerou efetivo o resultado das manifestações. Depois da repercussão dos eventos, no fim do dia, ele mensurou o desfecho. "Quero acreditar que, se alguém ainda tinha dúvidas quanto à disposição de se enfrentar tentativas que firam a democracia, dissiparam-se hoje", afirmou Piva à Folha de S.Paulo

Armínio Fraga, que também foi ao púlpito, considerou positivo. "Esse é um clima que permite algum otimismo. Vamos continuar", disse o ex-presidente do Banco Central após seu discurso.

O economista Gabriel Galípolo, que foi à Faculdade de Direito da USP para assistir à leitura das cartas pró-democracia, disse ter ficado surpreso ao encontrar a diversidade de personalidades na mesma plateia. O evento reuniu nomes como a deputada Joice Hasselman, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, a ex-ministra Marina Silva e a cantora Daniela Mercury.

Galípolo afirma que parecia um daqueles sonhos em que várias pessoas de diferentes ambientes aparecem no mesmo lugar em uma reunião improvável.

"Foi uma demonstração da nossa capacidade de nos desprender do que é particular, de cada um, para defender o que é de todos nós, que é o nosso destino comum enquanto sociedade. E dizer basta ao absurdo", afirma Galípolo, que participa do conselho de economia da Fiesp e atua no grupo de conselheiros econômicos de Lula.

O apartidarismo dos atos desta quinta (11) foi o ponto alto do evento, na opinião de Denis Mizne, CEO da Fundação Lemann, que também foi à São Francisco assistir à leitura dos documentos.

"A questão não é quem vai ganhar ou quem vai perder as eleições. É ter eleições. É continuar tendo eleições, e a população continuar tendo os seus direitos respeitados", disse Mizne, que também faz parte do conselho do Sou da Paz e foi presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto nos anos 1990.

O que chama a atenção e até emociona, segundo Mizne, é a reunião dos setores da sociedade para defender a democracia. "É muito emocionante você ver as organizações diversas, que representam todos os setores da sociedade se juntarem em defesa da democracia de uma maneira apartidária, descolada", diz.


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