BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Apesar de o registro de candidatos só terminar nesta segunda-feira (15), os três partidos que integram a candidatura de Jair Bolsonaro (PL) já registram um robusto aumento no número de candidatos em comparação com quatro anos atrás.
Já são mais de 4.100 nomes inscritos, o que deve elevar o centrão ao topo do ranking dos partidos com maior número de concorrentes por vaga.
O PL (Partido Liberal) de Bolsonaro lidera o ranking entre as 32 legendas registradas no país, já tendo dobrado o contingente em relação a 2018 ?eram até a noite deste domingo (14) 1.459 candidatos a presidente, governador, senador, deputado federal e estadual, contra 721 quatro anos atrás.
Em 2018 a sigla integrou a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin, então no PSDB, que ficou em quarto na disputa.
Em terceiro no ranking de crescimento vem o PP do ministro da Casa Civil Ciro Nogueira e do presidente da Câmara, Arthur Lira ?já são 1.265 candidatos, contra 758 há quatro anos.
O Republicanos, terceira sigla da coligação de Bolsonaro, está em quinto, com 1.380 candidatos (foram 857 em 2018).
Assim como o PL, o PP e o Republicanos também integraram a chapa de Alckmin.
Após a vitória de Bolsonaro ?que nos palanques foi um crítico público do grupo, embora tenha sido filiado a ele? o centrão se aliou ao governo em 2020 e passou a ser a sua base de sustentação no Congresso, barrando a possibilidade de impeachment do presidente.
O PT de Luiz Inácio Lula da Silva registrava até este domingo uma queda de 18% no número de candidatos lançados. Há quatro anos, quando o postulante à Presidência foi Fernando Haddad, que ficou em segundo na disputa, o partido lançou 1.308 nomes. Por ora, havia o registro de 1.072.
Lula conseguiu formar a maior coligação partidária em torno de si, nove legendas (com possibilidade de ingresso de mais uma, o Pros), contra três de Bolsonaro. Com isso, a soma dos candidatos das siglas que apoiam o petista (6.456) supera as que estão formalmente em torno de Bolsonaro.
Diferentemente do caso de PL, PP e Republicanos, porém, só 2 dos 9 partidos do arco de alianças de Lula registram aumento de candidatos até agora, o PSB e o Solidariedade (pouco mais de 30%).
Em tese, não há garantia de que um grande número de candidatos irá resultar em uma grande quantidade de votos para as legendas, nem que o postulante à Presidência da coligação irá se beneficiar. Apesar disso, o número é um indicativo de expectativa de potencial eleitoral.
Em 2018, por exemplo, PSL (hoje União Brasil), PSOL e PT foram os que lançaram o maior número de candidaturas no país.
O PSL, até então uma sigla nanica, foi o partido pelo qual Bolsonaro se elegeu e também emplacou a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados (52 parlamentares). O PT elegeu a maior bancada de deputados federais (54). O PSOL, apesar de ter um desempenho bem inferior, conseguiu dobrar a bancada de deputados federais, de 5 para 10.
A explosão do número dos candidatos do centrão se dá mesmo com mudança na lei em 2021 que restringiu o limite de postulantes que cada partido pode lançar, de 150% das vagas a preencher para 100% mais 1.
A entrada em vigor das federações (união de legendas para atuação conjunta em toda a legislatura) também limita o número de candidatos, já que esse teto é contado por federação, não por partidos que as compõem. Três federações foram formadas neste ano, 1) PT, PC do B e PV, 2) PSOL e Rede e 3) PSDB e Cidadania.
Dona da terceira maior coligação presidencial neste ano (em força partidária), Simone Tebet (MDB) tem até agora um contingente de 3.714 candidatos registrados.
Das quatro legendas, o MDB, tradicionalmente um campeão no número candidatos que lança, registra até agora crescimento de 15%, com 1.290 nomes. O Podemos também cresceu. Cidadania e PSDB estão com números abaixo dos de 2018.
Fruto da fusão do PSL com o DEM, a União Brasil não lançará o número de concorrentes das duas legendas em 2018, até porque há um limite por partido, mas está em segundo no ranking nominal até agora, com 1.443 nomes.
Até às 21h deste domingo, o Divulgacand, o sistema de divulgações de candidaturas e contas eleitorais do TSE, somava o pedido de registro de 25.006 candidaturas. Em 2018, o total final foi de 29.085 pedidos.
Estarão em disputa neste ano a Presidência da República, o governo dos 26 estados e do Distrito Federal, um terço das 81 cadeiras do Senado, as 513 cadeiras da Câmara dos Deputados e as vagas nas Assembleias Legislativas dos estados.
O pedido de registro de candidatura não significa que o político chegará apto ao dia da eleição. Caberá à Justiça Eleitoral aprovar ou não a solicitação.
Entre os 12 candidatos que se registraram para disputar a Presidência, por exemplo, dois deles correm o risco de não ir até o fim.
Roberto Jefferson (PTB) deve ter sua candidatura questionada em decorrência da condenação no caso do mensalão. O coach motivacional Pablo Marçal (Pros) também é dúvida, já que a ala que bancou a sua candidatura perdeu o controle do partido na Justiça.
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