SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) está fazendo campanha durante o expediente e que ele não fará sua campanha pautada por questões religiosas. "Questão religiosa não entrará na minha pauta política", disse Lula.
"Não é a primeira campanha que eu disputo. Nunca utilizei religião na minha campanha. Quando o ser humano vai à Igreja ele vai tratar da sua fé e sua espiritualidade, não vai para discutir política. Não participarei disso."
O petista disse que, em sua campanha, falará com o cidadão brasileiro, independentemente de sua religião.
No primeiro dia oficial da campanha, Lula fez acenos aos evangélicos e, na quinta (18), disse que a Bíblia tem que ser cumprida.
"Não importa a religião, o que importa é que quero conversar com os homens e mulheres para discutir que tipo de país a gente quer construir. Não quero ficar disputando voto religioso porque não faz parte da minha cultura política estabelecer qualquer princípio de guerra santa numa política", afirmou nesta sexta.
O petista também voltou a dizer que ele sancionou a lei que criou o Dia da Marcha para Jesus, em 2009, proposta pelo bispo e então senador Marcelo Crivella, da Igreja Universal.
Lula falou brevemente à imprensa nesta sexta-feira (19) durante reunião sobre agenda com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que será seu vice na chapa, e membros da equipe da campanha, em São Paulo. Mais cedo, o petista gravou peças para o programa eleitoral.
Pesquisa Datafolha desta quinta-feira (18) mostrou que Lula tem 47% de intenção de votos contra 32% de Bolsonaro.
Ainda segundo a pesquisa, Lula tem chances de vencer as eleições no primeiro turno. O petista tem 51% dos votos válidos, ante 35% de Bolsonaro.
O ex-presidente também afirmou que Bolsonaro faz campanha durante seu expediente e que a imprensa tem que "investigar isso".
"Me parece que o Bolsonaro está fazendo campanha em horário de expediente. Fui presidente, candidato à reeleição e a gente fazia campanha depois das 18h. O cara tem que trabalhar o dia inteiro porque foi para isso que foi eleito. Não tem isso de fazer motociata 15h, 'jetskiata' 14h", disse.
"O presidente da República tem que trabalhar e, quando terminar o expediente, ele vai fazer as atividades de campanha. É assim que funciona e se não for assim está descumprindo a lei feita para que um presidente possa ser candidato à reeleição", continuou.
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