BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) deve participar, por videoconferência, de um evento em São Paulo na quinta-feira (11), mesmo dia em que a cidade será palco de ato do lançamento da carta em defesa do Estado democrático de Direito.

O manifesto foi organizado pela sociedade civil e já tem quase 822 mil adesões. Dentre os signatários, estão os banqueiros Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, copresidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco, entre outros empresários.

O texto será lançado na USP (Universidade de São Paulo) no mesmo dia em que ocorrerá o evento "Seminário 5G.BR", do Ministério das Comunicações, no bairro Itaim Bibi.

A previsão até o momento é de que o presidente participe do encerramento, às 17h. Seu nome está no convite do evento.

Aliados do presidente queriam que ele participasse de uma agenda considerada positiva, no dia em que será alvo de um ato de teor crítico a ele.

Bolsonaro deve passar a quinta-feira em Brasília, segundo aliados.

O presidente chegou a marcar ida para São Paulo na data, mas depois recuou, atendendo a conselhos do seu entorno, em especial da campanha, preocupados com o desgaste da imagem do mandatário.

Ele participaria de uma sabatina na Fiesp (Federação das Industrias de São Paulo) e de um jantar com um grupo de empresários, organizado pelo grupo Esfera.

Os eventos foram marcados depois do anúncio do lançamento do manifesto, chamado por Bolsonaro de "cartinha".

Na Fiesp, o presidente seria convidado a assinar o manifesto em defesa da democracia encabeçado pela instituição, como já fizeram outros presidenciáveis.

O mandatário, contudo, já havia sinalizado para integrantes de sua equipe que o texto tinha conotação política e que não pretendia assiná-lo. A recusa no evento traria mais danos ao presidente.

O entorno do chefe do Executivo ainda avalia a possibilidade de remarcar os dois eventos.

Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, a avaliação de aliados ao defender que Bolsonaro suspendesse as agendas era a de que os encontros gerariam ainda mais desgaste ?poderia parecer uma competição com o evento marcado na USP, e dificilmente o presidente ganharia, diziam.


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