MACEIÓ, AL (UOL/FOLHAPRESS) - Candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes criticou a proposição de políticas públicas embasadas em pautas identitárias, que ele chamou de "baboseiras da esquerda". O pedetista disse que não tem "paciência" para lidar com temas como linguagem neutra, usada por pessoas que se identificam como não binárias, porque, para ele, isso "divide" a população.
Ciro criticou o que chamou de "hiperfragmentação" de pautas sociais durante participação no programa "Pânico", da Jovem Pan, ao comentar o resultado do plebiscito ocorrido neste domingo (4) no Chile, quando mais de 60% dos chilenos rejeitaram a proposta de substituir a Constituição herdada do ditador Augusto Pinochet.
Para Ciro, a maioria dos chilenos disse "não" à nova Constituição porque o presidente daquele país, Gabriel Boric, propôs uma nova Constituição "cheia de peculiaridades identitárias", que, segundo ele, não resolvem os problemas das desigualdades socioeconômicas.
"Há três anos o povo foi em massa às ruas [do Chile] pedindo uma nova Constituição contra o legado de Pinochet. Aí fizeram a Constituição cheia de peculiaridades identitárias, uma série de baboseiras desse esquerdismo que vem dos Estados Unidos para substituir a falta de compromisso popular verdadeiro das esquerdas, tipo o PT no Brasil, aí o povo não quer essa Constituição em dois terços", declarou.
Ciro Gomes também disse que o PT implantou no Brasil esse "esquerdismo à moda americana", sem defesa do socialismo, e pega essas pautas identitárias, que "hiperfragmentam os interesses da sociedade", como questões referentes aos direitos dos negros e das mulheres, e às pautas ambientais, "como se fossem assuntos separados".
Ao fazer isso, ele prosseguiu dizendo que não se fala mais em "superação das desigualdades na proporção justa dos negros, das mulheres, que de fato sofrem dobrado numa sociedade machista e racista como a nossa".
Por fim, o pedetista afirmou ser solidário aos grupos socialmente minoritários e que tem "compromisso real em empoderar as mulheres" em um eventual governo, mas ponderou que essa luta tem que ser feita de forma ampla para superar as desigualdades, e não por grupos fragmentados.
"Transformar a questão ambiental, que é grande, em uma pauta identitária, é errado", concluiu.
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