RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se importam mais com saúde e emprego e menos com o combate à corrupção na hora de votar, mostra pesquisa Datafolha realizada na semana passada.
Enquanto 81% dos entrevistados no total dizem que a saúde é a primeira, segunda ou terceira área mais relevante ao decidir quem será o próximo presidente, a parcela sobe para 86% entre os apoiadores do petista (acima da margem de erro de dois pontos).
Eles também se preocupam acima da média quando o tema é emprego e renda -62% o acham prioritário, contra 57% no geral. Quanto a educação e violência, o grupo tende a seguir o restante dos eleitores.
Já quando questionados sobre o combate à corrupção, só 22% dos lulistas consideram o assunto fundamental na escolha. O valor fica abaixo dos 29% totais e mais longe ainda dos 40% dos apoiadores de seu principal rival, Jair Bolsonaro (PL).
Lula se esquivou do tópico no primeiro debate presidencial na TV, organizado por Folha de S.Paulo, UOL e TVs Bandeirantes e Cultura em 28 de agosto, quando os dois adversários protagonizaram um embate direto sobre a questão.
Em entrevista ao Jornal Nacional, dias antes, também driblou o tema, mas admitiu corrupção na Petrobras e rebateu citando suspeitas de desvios na gestão atual. A cúpula da campanha do petista tem decidido não dar enfoque ao assunto, e sim à economia.
O último Datafolha, que ouviu 5.734 pessoas entre a última terça (30) e quinta (1º), também mostrou que metade dos eleitores de Lula concorda total ou parcialmente com a frase "política e valores religiosos devem andar sempre juntos para que o Brasil possa prosperar".
A porcentagem é menor que o resultado geral (56%) e dos apoiadores de Bolsonaro (74%), porém maior que o dos apoiadores de Ciro Gomes (PDT). O petista lidera entre católicos, enquanto o presidente desponta entre evangélicos.
A maioria dos adeptos do ex-presidente concorda ainda que "é mais importante um candidato defender os valores da família do que ter boas propostas para a economia" para ganhar seu voto: 59% acham isso, ante 60% do total e 71% dos bolsonaristas.
Apesar disso, na pergunta anterior sobre as áreas mais importantes para decidir o voto, os lulistas ficam abaixo da média quando questionados sobre os "valores da família". Só 17% elencam o tema como prioridade, contra 22% no geral e 34% do atual presidente.
O eleitorado que apoia o petista registra também o maior desejo de mudança -96% deles preferem que as ações do próximo presidente sejam diferentes das de Bolsonaro, contra 72% da média. A tendência se repete em todas as áreas, se destacando emprego/renda e saúde.
O levantamento foi contratado pela Folha e pela TV Globo e está registrado na Justiça Eleitoral sob o número BR-00433/2022. A margem de erro de dois pontos sobe para quatro apenas entre os eleitores de Ciro. A amostra dos demais candidatos é muito pequena para a análise.
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