SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com o aumento da agressividade contra entrevistadores de institutos de pesquisa, a Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) e a Abrapel (Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais) vieram a público repudiar esses ataques.
As associações dizem que os pesquisadores são alvo de "hostilidade crescente e intimidadora".
"Há relatos de tentativas de interferências, perseguições, xingamentos, exposição dos entrevistadores em redes sociais, intimidações por agentes públicos e até agressões físicas e verbais", afirmam.
"A tentativa de interferir no trabalho dessas empresas ou descredibilizá-las representa uma afronta à liberdade de expressão e à própria democracia."
A recomendação, segundo a nota, é que casos graves sejam denunciados às autoridades competentes.
Na última quarta-feira (14), a Folha de S.Paulo mostrou que equipes do Datafolha estão sofrendo intimidação ao realizar o seu trabalho. Na terça-feira (13), o instituto contabilizou dez intercorrências em oito estados.
Em um município do Rio Grande do Sul, um pesquisador foi levado para averiguação por um policial que se identificou como eleitor de Jair Bolsonaro (PL). Antes de chegarem à delegacia, ele parou o carro e fez perguntas ao pesquisador que, na sequência, foi liberado e continuou seu trabalho em outro local.
O presidente, que está em segundo lugar em diferentes pesquisas de intenção de voto, é um notório crítico do trabalho desses institutos, em especial do Datafolha. Seus apoiadores costumam contrapor os resultados ao que chamam de "datapovo" --a presença de apoiadores em comícios e aparições públicas.
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