SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A presidenciável Sofia Manzano (PCB) e os candidatos a deputado federal José Américo e Orlando Silva, da federação Brasil Esperança (PT, PC do B e PV), entraram com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por causa do material de divulgação que faz trocadilho com o movimento supremacista americano Ku Klux Klan.

Também são alvo da representação o deputado federal General Girão (PL-RN) e a empresa Marketing Digital para Vencer. Na sexta-feira (16), o Painel mostrou que o material de divulgação da carreata da qual participou Bolsonaro em Natal (RN) na última quarta-feira (14) tinha a frase "Cuscuz Clan em Natal com Bolsonaro e Michelle Bolsonaro".

A assessoria de Girão, que organizou o evento em Natal, justificou que o trocadilho não passa de uma "brincadeira" com as "besteiras" ditas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista comparou os atos bolsonaristas de 7 de Setembro a uma reunião da KKK em um comício na semana passada.

A representação foi protocolada pelos advogados Silvio Luiz de Almeida, Renato Ribeiro de Almeida, Kaleo Dornaika Guaraty e José Eugênio da Silva Mendes. Eles argumentam que o material de divulgação é "propaganda ilícita e discurso de ódio" que aludem ao grupo supremacista branco.

À Folha, o advogado Renato Ribeiro de Almeida afirma que não se pode tolerar "posturas jocosas com o racismo".

"Piada tem limite. O trocadilho com a KKK, fazendo referência à pronúncia do ex-presidente Lula, não pode ser tolerada. A KKK vitimizou pessoas e é símbolo da chamada supremacia branca, o que é inaceitável", afirmou. "A postura da empresa de marketing político e, especialmente, do presidente Bolsonaro e do deputado Girão fazendo coro a esse tipo de racismo recreativo, gratuito, precisa ser combatido com imensa força e vigor por toda a sociedade."

A representação diz ainda que houve "ilícito de divulgação de propaganda falsa e que difama a pessoa", não tolerado pelo Código Eleitoral e passível de multa.

O documento requer que Instagram, Facebook e Twitter removam as publicações e que Bolsonaro e General Girão sejam proibidos de veicular outras publicações que contenham o mesmo teor. Além disso, pede que sejam condenados e multados por propaganda irregular.


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