SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O advogado e professor Miguel Reale Jr., autor do pedido de impeachment que resultou na cassação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), declarou nesta terça-feira (21) apoio ao ex-presidente e candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Reale Jr. era apoiador de uma candidatura da terceira via e já havia se posicionado anteriormente contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ataques realizados pelo atual mandatário ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A declaração reforça estratégia do petista em angariar o voto útil dos diversos setores da economia e da sociedade, a fim de vencer a eleição em primeiro turno.
Reale Jr. afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que, sem perspectiva de vitória de algum candidato da terceira via, é importante que Lula vença no primeiro turno para impedir qualquer ação desesperada de Bolsonaro.
Também afirmou que optar pelo ex-presidente é garantir que se evitem ataques à democracia, à dignidade da pessoa humana e ao meio ambiente, algo que, segundo ele, ocorreriam com maior intensidade caso Bolsonaro seja reconduzido ao cargo.
Procurado pela reportagem, o advogado disse que a manifestação de apoio ao candidato do PT não impede que sejam reconhecidos os erros cometidos pelo partido durante os mandatos de Lula e, especialmente, de Dilma.
Também ressaltou que o apoio ocorre mais pelo que não mais ocorrerá com a ordem democrática brasileira com Lula eleito, em contraste a uma recondução de Bolsonaro, sem preocupações com ameaças de golpe, por exemplo.
A afirmação colabora com a atual estratégia do petista de agregar personalidades e representantes de vários setores da sociedade, a fim de incentivar o voto útil dessas categorias e aumentar as chances de vencer o pleito presidencial ainda no primeiro turno, a ser realizado no dia 2 de outubro.
Miguel Reale Jr. foi ministro da Justiça do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e filiado ao partido por 27 anos, aumentando o peso de sua fala diante do eleitorado que busca a terceira via.
O PSDB lançou Mara Gabrili, senadora pelo estado de São Paulo, à Vice-Presidência, ao lado de Simone Tebet (MDB). Segundo a última pesquisa Datafolha, a emedebista possui 5% das intenções de voto.
Segundo a última pesquisa Datafolha, realizada no dia 15 de setembro, Lula possui 45% das intenções de voto, em movimento de estabilidade, enquanto Bolsonaro oscilou negativamente na margem de erro em um ponto percentual em relação à ultima verificação, chegando a 33% da preferência do eleitorado.
Já o Ipec registrou oscilação positiva do ex-presidente em um ponto percentual de 46% para 47%, dentro da margem de erro de dois pontos, ao passo que o atual presidente manteve os 31%. Em pesquisa espontânea, Bolsonaro oscilou negativamente na margem de erro, de 30% para 29%.
Com um cenário estabilizado, a equipe do ex-presidente prepara uma ofensiva pelo voto útil e contra a abstenção, além de apostar na mobilização da militância nas ruas, para gerar uma onda decisiva na reta final da campanha presidencial.
Na próxima semana, a campanha de Lula exibirá na televisão, durante a propaganda eleitoral, uma mensagem sobre a importância do voto para evitar faltas no dia da eleição.
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