SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Alvo de ataques misóginos e de ameaça de morte, a candidata a deputada federal Isa Penna (PC do B) afirmou nesta terça-feira (20) que faltam políticas de proteção às mulheres durante o exercício de funções públicas e voltou a criticar a candidatura à reeleição de Fernando Cury (União Brasil), que a apalpou dentro do plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em 2020.

"[Cury] é procurado pela Justiça e, no entanto, é candidato a deputado estadual. De novo, ele é procurado pela Justiça e candidato a deputado com agendas públicas. E o Estado, as instituições competentes não foram capazes ou não tiveram condição de encontrá-lo para entregar uma simples intimação. Há uma cumplicidade institucional que é chocante", disse.

Cury teve o mandato suspenso por seis meses em 2021 depois de ser flagrado apalpando a colega de plenário. Afastado, ele não foi encontrado pela Justiça em ao menos quatro ocasiões distintas em endereço fornecido por ele às autoridades, em Botucatu (SP).

Depois de ser expulso do Cidadania, Cury foi recebido pela União Brasil e agora tenta reeleição para o terceiro mandato.

As críticas de Isa Penna foram feitas em live transmitida pelo Instagram da Folha de S.Paulo. Na entrevista, ela reiterou o combate à violência contra a mulher como prioridade caso seja eleita deputada federal. Atualmente ela é deputada estadual por São Paulo.

Para coibir o crime, a candidata propõe a criação de um sistema nacional do combate à violência contra as mulheres, com prevenção à cultura do assédio que incluiria a educação de crianças para que elas possam identificar o crime desde cedo. Ela afirmou ainda ser necessário a formação de servidores públicos nas áreas da saúde e segurança.

"Não basta só ter equipamentos e servidores especializados. Porque as mulheres quando sofrem violência vão bater na porta de hospital, da assistência social e da delegacia", afirma.

Em relação à ameaça sofrida no fim de semana, Isa Penna disse que foi a terceira feita por um grupo que se organiza, segundo ela, em fóruns que disseminam ódio e mandam mensagens em emails cujos servidores são difíceis de rastrear.

Isa Penna disse que já esperava ser alvo de violência por causa do gênero, antes de ser eleita. Mas que a dor é sempre pior quando sentida na pele. "Nós [mulheres] já entramos com a expectativa de sermos hostilizadas, desqualificadas e silenciadas".

Além do combate à violência contra a mulher, Isa Penna disse que priorizará também em um eventual mandato na Câmara o combate à fome.


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